
Quem está equivocada? Eu, que assinei a matéria “Qual o segredo de Faro?” falando do sucesso da sua administração junto à comunidade e aos professores da rede municipal ou a deputada federal Alice Portugal, para quem “a educação em Alagoinhas agoniza”?
Essa foi a pergunta feita por muitos leitores, o que me obriga a defender a minha publicação.
Alice aborda três tópicos: a suspensão da gratificação para professores de educação especial em períodos de férias e licença a prêmio, o atraso no pagamento do ticket refeição em maio e a suspensão do concurso público.
Segundo informação dada pelo Secretário Fabricio Faro, a GAE (gratificação pelo desempenho do magistério em classes de alunos de necessidades especiais) é regulamentada pelo decreto 2.014/05 do ex prefeito Joseildo Ramos, publicado em 19/12/2005, onde está estabelecido que, além de não ser incorporável aos vencimentos, só será paga quando o professor estiver atuando em sala de aula. Por conta disso, a GAE não é paga quando o professor está em gozo de férias ou licença prêmio. Quanto ao fornecimento de tickets a professores e coordenadores, não houve atraso, embora tenha havido para outros funcionários. Segundo informações do governo, o atraso ocorreu por conta de reavaliação da concessão do benefício.
Já o adiamento do concurso público, por conta de erros cometidos no edital pela empresa responsável, que de fato ocorreu, não compreendo como pode desabonar a política de educação do governo atual. Nem vou comentar buracos na rua no acesso a algumas escolas.
Para escrever sobre o assunto, ouvi professoras efetivas da rede municipal que se posicionaram totalmente contra o discurso da deputada, como Elinete Alves de Jesus, professora da rede municipal há 20 anos, que atua na coordenação dos Cursos EAD do IF Baiano - Campus Alagoinhas em parceria com a SEDUC e é presidente do Conselho Municipal de Educação em Alagoinhas. “A Educação do Município de Alagoinhas vem valorizando o aluno e o profissional da Educação. Vejo que está gestão não tem poupado esforço para proporcionar uma educação de qualidade. Fique triste com a fala da deputada Alice Portugal por não pontuar os avanços que tivemos na educação, como: melhoria na infraestrutura de algumas escolas, construção e empenho em programas e projetos para aumentar o IDEB do município, pagamento de metade do décimo quarto salário, o que nunca aconteceu e valoriza o profissional da Educação. Hoje, algumas salas de aula estão sem professor porque no início do ano muitos pediram aposentadoria”, declarou a presidente do conselho. Poderia colocar vários outros depoimentos no mesmo tom, mas a matéria se estenderia muito.
Também fiz questão de ouvir a Alcione V. Gomes, Diretora da Delegacia Sindical do Agreste Baiano e represento a APLB - Sindicato na Comissão Eleitoral e na Comissão do PCR ( Plano de Carreira e Remuneração) dos Professores do Município de Alagoinhas, autora das denúncias feitas à Alice. “Já expliquei sobre o vale alimentação os professores e coordenadores receberam no salário de maio quem só recebeu em junho foram os funcionários. Eles acham um absurdo a denúncia da suspensão do concurso por irregularidades no Edital. Nunca houve um cadastro de reserva o professor não tem quem substitua se adoecer ou assumir uma vice direção. Os governos anteriores não se preocuparam em ter concursados para substituir licença maternidade e licença prêmio. No momento, eu não lembro do último concurso. Participamos de processos seletivos no Governo de Joseildo Ramos”, informou a representante da APLB.
Embora para mim a política de educação de Faro seja efetiva e esteja no caminho certo, as medidas tomadas em relação ao concurso e à avaliação dos fornecimentos dos tickets, que não são da competência da SEDUC, me parecem absolutamente inadequadas, como várias outras ocorridas no governo atual. Joaquim precisa arrumar seu governo e cuidar da sua comunicação.
Nadia Freire
Editora do jornal e do site Sua Cidade em Revista
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