O grupo palestino Hamas negou nesta segunda-feira (19/08) que tenha havido qualquer progresso nas negociações com Israel para um cessar-fogo em Gaza.
“Não há nenhum progresso nas negociações para o cessar-fogo. A nova proposta é considerada uma concessão em relação à oferta [norte-]americana de 2 de julho, que o Hamas havia aceitado após garantias dos mediadores e dos EUA”, disse o porta-voz do gabinete político do grupo, Moussa Abu Marzouk.
A proposta de 2 de julho se baseia na resolução 2735 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em junho e que pede um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns, além de rejeitar mudanças territoriais em Gaza e reafirmar o compromisso com a solução dos dois Estados.
As principais divergências entre Israel e o grupo palestino Hamas dizem respeito ao controle dos corredores Filadélfia, entre Gaza e Egito, e Netzarim, que atravessa o centro do enclave a partir da divisa com Israel até o Mar Mediterrâneo.
O Hamas também é contra a permanência de tropas israelenses no enclave palestino, enquanto Tel Aviv aceitou apenas reduzir gradualmente o número de militares no corredor Filadélfia.
A declaração de Abu Marzouk decorre em meio ao encontro do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também nesta segunda.
O gabinete de governo de Netanyahu classificou a conversa como “uma reunião positiva”, em que tratou-se sobre as rodadas de negociações pelo cessar-fogo e libertação dos reféns que estão em Gaza.
Assim, o premiê de Israel anunciou que enviará nos próximos dias uma equipe de negociadores ao Cairo, no Egito, para dar sequência às tratativas.
A delegação israelense será liderada pelo chefe da agência de inteligência Mossad, David Barnea, pelo diretor do serviço de segurança Shin Bet, Ronen Bar, e pelo general Nitzan Alon, das Forças de Defesa do país (IDF na sigla em inglês).
Todos os três já participaram das tratativas em Doha na última semana. A mais recente rodada de negociações terminou na última sexta-feira (16/08), em Doha, no Catar, que também exerce o papel de mediador nas conversas.
(*) Com Ansa
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