Estudos apontam que seguir algumas medidas de segurança diminui consideravelmente o abscesso vacinal. A febre aftosa é a doença animal com maior impacto econômico na atividade pecuária, seus prejuízos se fazem por perdas em virtude dos sintomas clínicos e, principalmente, por perdas em decorrência da impossibilidade de atuar no mercado internacional por conta dos embargos de países importadores de carne. Por isso mesmo na maioria dos estados brasileiros há duas etapas da vacinação, uma em maio e outra em novembro. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já declarou o Brasil livre da aftosa, existe um programa de remoção das campanhas encaminhado para cada estado estar livre, Santa Catarina e Paraná já saíram na frente.
Sobre os abscessos vacinais Abscesso é um acúmulo de pus ou material inflamatório que se forma no interior dos tecidos do corpo. A formação de abscessos, hematomas ou reação granulomatosa em bovinos após uso da vacina oleosa contra febre aftosa deve ser evitada, pois implica em lesões inflamatórias de variadas formas, pesos e tamanhos. As lesões localizam-se geralmente nas regiões do acém, pescoço e paleta. Tais lesões devem ser retiradas após o abate do animal e não impedem o consumo do restante da carne. Porém, isso causa grandes prejuízos tanto aos criadores quanto aos frigoríficos, pois com o descarte desta parte da carne, o criador não recebe e o frigorífico não poderá comercializá-la. Prejuízos financeiros Estimativas indicam que o produtor perde, em média, até 2kg de carne nas carcaças dos animais abatidos devido às lesões pela vacinação.
Isto nos permite calcular que em alguns milhões de animais poderemos ter perdas totais de milhares de toneladas de carne. Considerando que em 2016 o abate nacional foi de aproximadamente 30 milhões de cabeças, somente ano passado, cerca de 70 mil toneladas de carne foram descartadas. Desta maneira, o produtor que já tem o custo com a compra da vacina também é prejudicado por não receber pela carne desprezada.
PODE-SE CONSIDERAR R$ 600 MILHÕES GASTOS POR ANO NA AQUISIÇÃO DA VACINA PARA UM REBANHO BOVINO DE 215 MILHÕES DE CABEÇAS. “O abcesso vacinal é um problema frequente nas indústrias frigoríficas, além do risco sanitário de peças com resíduos de vacina para exportação ou para a mesa do consumidor brasileiro, esse problema gera para o pecuarista prejuízos de até 3 mil reais por lote. O manejo adequado de vacinação na fazenda minimiza esse problema, melhorando a qualidade e a segurança alimentar” comentou Lawra Antunes da Pro@. Causas do abscesso vacinal Em nota técnica emitida em 2017 a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, junto a vários órgãos privados atribuíram a saponina (óleo mineral usado como veículo da vacina) a relação exacerbada de irritação no local da aplicação, que se agrava até casos de edema e severa reação inflamatória, com consequente ocorrência de abscessos.
Depois disso, através de nota o Sindan comunicou que diminuirá a dose de 5 para 2 ml e removerá a saponina da vacina. É preciso também levar em conta a força do animal – e a habilidade e força que o profissional precisa ter para aplicar a injeção – e o volume de animais a serem vacinados num mesmo dia. Tudo isso dificulta que a vacinação seja feita de maneira adequada, o que inclui a técnica de aplicação e também a limpeza do local para evitar contaminação. Por esta razão, pontua, é recomendada a aplicação da vacina em uma área onde haja menor perda econômica. Outros problemas que podem desenvolver o problema são materiais não esterilizados, uso da agulhas não higienizadas e de tamanhos incompatíveis com o padrão utilizado para vacinação subcutânea. Segundo MONTE (2018), que avaliou 1 mil carcaças, encontrou lesões características de abcessos nas regiões do cupim, acém/paleta, costela e entrecorte resultado de administração da vacina em locais incorretos. Ainda segundo MONTE (2018), o prejuízo econômico e a qualidade da carcaça, provocadas por formação de abscesso é elevado, com perdas parciais ou totais da carcaça se contaminada, o que leva à redução do ganho do pecuarista.
As lesões encontradas na costela, cupim e pescoço, mostram a importância da escolha correta dos locais de aplicação dos produtos, evitando assim, lesões em cortes cárneos, com isso, reduzirem os prejuízos econômicos aos criadores. Passos para diminuir os abscessos TÁBUA DO PESCOÇO O lugar ideal para a vacinação é na tábua do pescoço, pois a carne do pescoço não é nobre e vai ser vendida em pedaços. Se a vacina for no lombo, a gente pode perder um pedaço do contrafilé ou até da picanha. CAMADA SUBCUTÂNEA & AGULHAS É importante aplicar debaixo do couro (subcutânea), e não no músculo e intraderme, pois a vacina é oleosa e é normal gerar uma reação no animal, com aplicação subcutânea bem feita, o prejuízo por cabeça é zero, pois toda a reação pode ser retirada. É importante escolher a agulha certa e em boas condições ou seja, limpa, nova e reta (se entortar ou perder o fio, jogue fora). As ideais para aplicação subcutânea são as mais curtas, pois não atingem o músculo. Na ponta da agulha, tem uma lâmina, ou seja, ela “corta” o couro do animal. Por isso, é ideal aplicar na diagonal, num ângulo de 45º, para usar o máximo dessa lâmina e aplicar a vacina logo abaixo do couro e antes do músculo.Existe no mercado até aplicadores que ajudam a reduzir abcessos de vacinas, tecnologia foi desenvolvida na Nova Zelândia. Tronco ou brete para contenção Mesmo com todos esses pontos observados e checados não será de valia se o animal não estiver bem contido, por isso que é essencial que a propriedade tenha um tronco (ou brete) de contenção individual. A COIMMA disponibiliza no mercado vários modelos de troncos com o melhor custo benefício, entre eles estão o Megatron, Convencional, Sertanejo, Plus e Standard 3 Comandos que são ideias para aplicação de vacinas e medicamentos.
“É POSSÍVEL AFIRMAR QUE USANDO O TRONCO DE CONTENÇÃO INDIVIDUAL VOCÊ DIMINUIRÁ CONSIDERAVELMENTE OS RISCOS À EQUIPE E ABSCESSOS VACINAIS”
Além da atenção à higiene e manejo é possível afirmar que o uso de um equipamento de contenção individual efetivamente diminuirá os abscessos vacinais, a aplicação é subcutânea e o aplicador precisa estar posicionado corretamente ao corpo do animal, problemas com refluxo e sub dose podem afetar o desempenho da vacina. Caso o colaborador inserir a agulha a 90° do corpo do animal a chance de atingir o músculo é muito grande, desta forma é impossível seguir esses passos em um tronco coletivo pois o animal não fica parado, além dos riscos ao operador com cabeçadas e chifradas que o animal posso vir a dar, por isso o uso de tronco (brete) fará o trabalho do colaborador mais ágil e eficaz diminuindo os riscos dele e do animal” – Especialista em bem-estar animal Adriane Zart.
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