O Bolsa Família se consolidou como uma das principais políticas públicas de proteção social do Brasil, com impacto direto na vida de milhões de crianças. De acordo com reportagem da Agência Gov publicada neste domingo (24), em alusão ao Dia Nacional da Infância, celebrado em 24 de agosto, sem o programa 81,8% das crianças de 0 a 6 anos estariam em situação de pobreza em 2023. Com ele, esse índice cai para apenas 1,1%, demonstrando o papel decisivo da transferência de renda no combate à exclusão social e à fome.
O estudo que embasa os dados foi realizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal em parceria com a Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad/MDS). Os resultados revelam que, embora a proporção de crianças na primeira infância tenha caído de 12% para 9% do total da população em uma década, entre famílias de baixa renda a presença desse grupo permaneceu em 16%, evidenciando a concentração da pobreza nos lares com crianças pequenas.
A secretária nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, ressaltou a importância do programa:
“Graças ao Bolsa, essas crianças hoje contam com segurança alimentar básica, proteção social garantida pelo acompanhamento das condicionalidades e perspectivas reais de inclusão para um futuro melhor”, afirmou.
A transformação promovida pelo programa também aparece em histórias de vida. A diretora de Gestão do SUAS em Belo Horizonte, Juliana Barone, filha de ex-beneficiários, relembra o impacto do benefício em sua trajetória:
“O acesso ao Bolsa Família foi crucial para nós. Na época, minha mãe precisou deixar o emprego para cuidar das minhas duas irmãs menores, e o programa foi o que garantiu a nossa dignidade”, destacou.
Juliana foi a primeira da família a concluir um curso em uma universidade pública, o que simboliza como a política pública pode romper ciclos de pobreza e abrir oportunidades para gerações futuras.
Entre os mecanismos do Bolsa Família, o Benefício Primeira Infância (BPI) tem papel central. Ele garante um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos, além do valor per capita de R$ 142. Em agosto de 2025, o BPI chegou a 8,44 milhões de crianças, totalizando R$ 1,18 bilhão em transferências.
O programa também contempla gestantes e nutrizes com adicionais de R$ 50, reforçando a prioridade do Governo Federal em assegurar cuidado integral às famílias em fases críticas do desenvolvimento infantil. Somente em agosto, 633,6 mil gestantes e 303 mil famílias com bebês de até seis meses receberam os benefícios complementares.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou:
“Cada real destinado a essa fase representa um retorno imenso para a sociedade. O governo tem plena consciência disso, e é por isso que investe neste momento decisivo da vida, garantindo que milhões de famílias tenham melhores condições de cuidar de suas crianças, quebrando o ciclo da pobreza e construindo um país mais justo e igualitário”.
Além da transferência de renda, o Bolsa Família estabelece condicionalidades que fortalecem direitos fundamentais. Na saúde, exige vacinação em dia, acompanhamento nutricional de crianças e realização de pré-natal por gestantes. Na educação, determina frequência mínima escolar de 60% para crianças de 4 a 6 anos e de 75% para estudantes de 6 a 18 anos que ainda não concluíram a educação básica.
Essas condicionalidades funcionam como compromisso do poder público em assegurar acesso a serviços essenciais, reforçando que o objetivo do programa não é punir famílias, mas ampliar oportunidades e garantir o direito de crianças e jovens a uma vida digna.
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