A investigação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB) e pela Polícia Civil revelou novos detalhes sobre a rotina na casa de Hytalo Santos, influenciador digital preso na última sexta-feira (15). Segundo informações divulgadas pelo Fantástico e repercutidas pelo portal Metrópoles, os pais dos adolescentes que viviam com o criador de conteúdo recebiam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil mensais, em espécie de mesada, como forma de compensação para permitir que seus filhos permanecessem sob a guarda dele.
Os jovens eram tratados como “protegidos” de Hytalo, mas de acordo com os procuradores, as condições impostas configuravam um regime de exploração. A apuração aponta que eles foram aliciados em diferentes cidades e levados para João Pessoa, onde eram submetidos a trabalho forçado. Após a prisão do influenciador e de seu marido, Israel Natan Vicente, conhecido como Euro, os adolescentes foram devolvidos às famílias.
Apesar da gravidade do caso, conselheiros tutelares afirmaram ao Fantástico que nunca receberam denúncias formais sobre a situação. A maioria dos familiares das vítimas reside em Cajazeiras, no interior da Paraíba, mesma cidade natal de Hytalo.
As instituições envolvidas na investigação destacam que já há provas consistentes da exploração de menores. Para os procuradores, a estratégia de oferecer uma mesada às famílias foi fundamental para viabilizar a permanência dos adolescentes com o influenciador sem levantar suspeitas imediatas.
Hytalo Santos, que acumulava milhares de seguidores nas redes sociais, é acusado de exploração sexual de adolescentes e tráfico de pessoas. Sua prisão, realizada em São Paulo, ganhou grande repercussão nacional. Ao deixar a delegacia, ele chegou a sorrir e acenar para fãs que o aguardavam do lado de fora.
O caso segue em investigação, e as autoridades reforçam a importância de que situações semelhantes sejam denunciadas aos canais oficiais, incluindo o Conselho Tutelar e o Disque 100, serviço de denúncias de violações de direitos humanos.
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