A professora do curso de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), acusada de racismo e injúria racial contra um estudante negro de medicina, alegou, em sua defesa, que a frase dita durante um atendimento no Hospital Universitário de Brasília (HUB) não caracteriza crime. A reportagem foi publicada inicialmente pelo portal Metrópoles.
O episódio aconteceu em 22 de maio, quando a docente acompanhava atividades acadêmicas no ambulatório do hospital. Segundo denúncia apresentada pelo estudante, ele realizava o atendimento a um paciente quando a professora entrou na sala, dirigiu-se à mãe do paciente e perguntou: “o que ela estava achando do atendimento do rapaz”. Em seguida, apontando para o aluno, teria afirmado: “um bom aluno, apesar de ser preto”.
O caso foi denunciado pelo próprio estudante, que relatou ainda outra frase proferida pela professora: “não conseguia imaginar como a mãe do paciente se sentia sendo atendida por um estudante preto”.
A denúncia foi acolhida pela Justiça, que tornou a docente ré por racismo e injúria racial. Na resposta à acusação, a defesa sustenta que não houve “incitação pública à discriminação” e que a fala está sendo interpretada fora de contexto. A identidade da professora não foi divulgada oficialmente.
A Universidade de Brasília e o HUB não se pronunciaram publicamente sobre o andamento do processo até o momento. A docente segue vinculada à instituição. O caso gerou forte repercussão dentro da comunidade acadêmica, especialmente entre alunos e movimentos negros da universidade.
A investigação está em curso, e a professora poderá responder judicialmente pelos crimes previstos na Lei 7.716/1989 (que trata do racismo) e no Código Penal, em relação à injúria racial. Ambos os crimes, em caso de condenação, são passíveis de pena de reclusão.
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