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Parceria com a Rússia é prioridade estratégica na diplomacia brasileira, afirma Mauro Vieira

Em Moscou, chanceler acompanha Lula nas celebrações do Dia da Vitória e destaca o papel do BRICS e do Sul Global na nova ordem multipolar

09/05/2025 às 08h44
Por: Redação Fonte: Brasil247
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Chanceler Mauro Vieira (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)
Chanceler Mauro Vieira (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)

Na capital russa para as comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória sobre o nazismo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reforçou em entrevista à Sputnik Brasil que a parceria com a Rússia é um dos pilares da política externa brasileira. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Vieira representa o Brasil nas homenagens da data mais simbólica do calendário político russo e participa das articulações diplomáticas que envolvem temas econômicos, geopolíticos e de governança global.

Brasil e Rússia vão completar em 2028 exatamente 200 anos de relações diplomáticas. Só esses dados já dão a importância e relevância da relação”, afirmou o chanceler, destacando que o vínculo entre os dois países é histórico, sólido e com perspectivas de expansão.

 

Presença no Dia da Vitória e reunião com Putin

Segundo Vieira, a presença brasileira nas celebrações em Moscou é um reconhecimento do papel singular da Rússia na vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial — e também uma reafirmação da posição do Brasil como o único país latino-americano a participar dos dois conflitos mundiais ao lado das forças aliadas.

Após o desfile cívico-militar, está programada uma reunião bilateral entre Lula e o presidente russo Vladimir Putin. “Nós queremos discutir e aprofundar essa cooperação”, disse Vieira, ressaltando que a pauta incluirá temas como comércio bilateral, reforma das Nações Unidas, governança global e as tensões internacionais em curso, incluindo o conflito na Ucrânia.

Lula e Putin já falaram por telefone várias vezes nesses dois anos e poucos meses do terceiro mandato do presidente”, relembrou. “E sempre falaram de uma forma muito direta sobre a questão do conflito atual.

Vieira mencionou ainda o grupo “Amigos da Paz”, iniciativa conjunta entre Brasil e China que reúne países do Sul Global comprometidos com uma solução diplomática para o conflito ucraniano. “O presidente Lula disse que [...] o mundo precisa direcionar os recursos multibilionários que vão para armamentos para outro tipo de conflito, que é a guerra contra a fome e as injustiças sociais”, declarou o chanceler.

BRICS em expansão e nova governança mundial

Outro destaque da agenda bilateral entre Lula e Putin será o futuro do BRICS, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, agora, mais cinco novos membros. Vieira sublinhou o protagonismo do Brasil no esforço de consolidação do grupo: “O grupo agora está num momento de consolidação dessa expansão [...] e eu tenho certeza que os dois presidentes terão interesse de trocar opiniões e visões sobre a próxima cúpula”.

O chanceler destacou ainda o papel central do BRICS na articulação de uma governança internacional mais inclusiva e representativa dos interesses do Sul Global. “A importância do grupo exige que haja um momento de reflexão para o futuro e isso se vê pela atenção que a reunião [de chanceleres neste mês] atraiu. No Rio de Janeiro havia cerca de 200 jornalistas representando todas as grandes redes, todas as grandes plataformas digitais”, contou Vieira.

Comércio em crescimento e novas oportunidades

Na área econômica, Mauro Vieira celebrou o recorde de comércio bilateral alcançado em 2024, com um volume de US$ 12,4 bilhões, representando um aumento de 9%. “Queremos promover um comércio que seja maior e que seja mais próximo de um equilíbrio, [...] porque achamos que o comércio bilateral está crescendo em volume e se equilibrando mais, será muito benéfico para a economia dos dois países”, afirmou.

A visita a Moscou é a terceira do chanceler Mauro Vieira desde o retorno de Lula ao Palácio do Planalto em 2023, e reflete a prioridade dada à construção de uma ordem multipolar mais justa e cooperativa. Ao lado de parceiros estratégicos como Rússia e China, o Brasil busca consolidar seu papel como articulador global, defensor do diálogo, da paz e da justiça social.

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