A Polícia Federal (PF) concluiu nesta segunda-feira (18) os depoimentos de testemunhas relacionadas ao atentado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ocorrido na última quarta-feira (13). O ataque, liderado por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, terminou com sua morte após ele incendiar um carro, lançar explosivos e se explodir em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Francisco, que alugava um trailer estacionado próximo ao anexo 4 da Câmara dos Deputados, foi responsável por incendiar um veículo e lançar explosivos antes de se explodir em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os investigadores agora aguardam os resultados das perícias realizadas nos explosivos encontrados no trailer, no carro incendiado e na residência que ele ocupava em Ceilândia, além de análises de dispositivos eletrônicos apreendidos, como celulares, notebook e pendrives.
Quebra de sigilos e investigações em andamento - A PF solicitou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Francisco, e, segundo fontes da investigação, o ministro do STF Alexandre de Moraes teria autorizado o pedido. Com acesso a essas informações, os investigadores esperam descobrir se houve o envolvimento de terceiros no planejamento ou execução do ataque.
Entre as pessoas ouvidas, estão dois seguranças do STF, um policial militar, o dono de uma loja de fogos de artifício — onde Francisco gastou mais de R$ 1.500 antes do ataque —, além da proprietária do trailer e de uma kitnet em Ceilândia. No local onde ele estava hospedado, foram encontrados explosivos e uma bomba escondida em uma gaveta, que, segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, poderia ter sido usada como armadilha contra os policiais.
Perfil do autor e possíveis motivações - Francisco passou longas temporadas em Brasília e visitou prédios públicos antes de realizar o atentado. No dia do ataque, entrou no anexo 4 da Câmara dos Deputados pela manhã, usando vestimentas simples — calça jeans, chinelo e chapéu — diferentes das roupas usadas no momento da explosão. Segundo relatos, ele teria feito comentários enigmáticos nos dias que antecederam o ataque, indicando que algo estava prestes a acontecer.
A ex-mulher de Francisco, que atualmente está internada após incendiar sua própria casa, revelou em depoimento que ele planejava matar o ministro Alexandre de Moraes. O filho do autor também prestou depoimento, viajando até Brasília para liberar o corpo do pai.
Um morador de rua, que vivia próximo ao trailer alugado por Francisco, também foi ouvido, assim como o proprietário do veículo, que explicou os detalhes da locação.
Mensagem enigmática e busca por respostas - Na kitnet em Ceilândia, os investigadores encontraram uma mensagem deixada por Francisco no espelho do banheiro, além de uma caixa de rojões na pia. O conteúdo da mensagem não foi divulgado, mas reforça o mistério em torno de suas motivações.
A PF agora concentra esforços na análise das perícias e nos dados obtidos com a quebra de sigilos para determinar se Francisco agiu sozinho ou se teve apoio de outras pessoas. O caso, tratado como terrorismo, mobiliza equipes da divisão de combate ao terrorismo da PF e pode trazer novas revelações nas próximas semanas.
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