Mais 599 estrangeiros foram autorizados a sair da Faixa de Gaza, neste sábado. Novamente, não há brasileiros na quarta leva de pessoas que poderão cruzar a passagem de Rafah em direção ao Egito, deixando o território palestino, palco do conflito entre Israel e Hamas que já ultrapassou 10 mil mortos.
Os americanos são a maioria do grupo, com 386 cidadãos dos EUA fazendo parte da leva deste sábado. Em seguida, há britânicos (112), franceses (51) e alemães (50). As negociações para a retirada de civis com nacionalidade estrangeira envolvem Israel, Egito, Hamas, Catar e EUA.
No momento, 34 brasileiros em Gaza aguardam a autorização para deixar o território. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, informou, nesta sexta-feira, que o chanceler de Israel, Eli Cohen, garantiu a ele que os brasileiros poderão cruzar a passagem de Rafah até a próxima quarta-feira.
"O ministro Mauro Vieira falou hoje novamente ao telefone com o ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen. Vieira reiterou as gestões pela liberação da passagem dos brasileiros retidos em Gaza, para que possam ser imediatamente repatriados, via Egito", informou o Itamaraty, também pelas redes sociais.
Essa foi a terceira conversa entre os ministros nas últimas semanas, e a primeira desde a abertura da fronteira de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, que ocorreu na última quarta-feira. Ontem, Vieira havia falado com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, também na tentativa de agilizar a liberação de brasileiros pela fronteira do país.
Ao GLOBO, o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, negou que haja razões políticas para o fato dos brasileiros terem sido excluídos das primeiras listas de estrangeiros sendo liberados de Gaza. Os critérios para definir a inclusão de cidadãos não são claros. Egito, EUA, Catar e Israel são os responsáveis pelas tratativas para a liberação.
— Interpretar isso [a não inclusão de brasileiros] como sendo fruto da relação bilateral, ou política, é realmente uma análise incorreta. A lista não tem nada a ver com a relação bilateral do países. Na primeira lista, por exemplo, onde não constava os EUA, constava a Indonésia, que não reconhece Israel — diz Meyer.
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