Uma testemunha registrou em vídeo o momento em que o Hospital Árabe al-Ahli foi alvo de um ataque nesta terça-feira, na Cidade de Gaza. As imagens mostram uma explosão e a unidade de saúde em chamas. O bombardeio deixou pelo menos 877 vítimas, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, administrado pelo Hamas.
A autenticidade do vídeo foi verificada pelo jornal americano The Washington Post. As imagens são filmadas de fora do hospital e capturam os primeiros sons de uma explosão – um zumbido no ar e depois um estrondo. A câmera então gira imediatamente para mostrar o fogo.
O bombardeio foi classificado como "sem precedentes" pela Defesa Civil Palestina. "O massacre no Hospital Árabe al-Ahli não tem precedentes na nossa história. Embora tenhamos testemunhado tragédias em guerras e dias passados, o que aconteceu esta noite equivale a um genocídio", disse o porta-voz da Defesa Civil Palestina, Mahmoud Basal, à Al Jazeera.
Basal acrescentou que este é o ataque aéreo israelense mais mortífero em cinco guerras travadas desde 2008.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse em uma coletiva de imprensa que uma investigação foi aberta apurar o que resultou na explosão na unidade de saúde.
As Forças Armadas de Israel disseram, em comunicado, que os hospitais não eram alvos militares israelenses. “O IDF (Forças de Defesa de Israel) está investigando a origem da explosão e, como sempre, priorizando a precisão e a confiabilidade”, disseram os militares israelenses em comunicado. “Pedimos a todos que procedam com cautela.”
O Ministério das Relações Exteriores palestino afirmou por meio de nota que o ataque ao Hospital Árabe al-Ahli foi um "massacre a sangue frio". O bombardeio, conforme o comunicado, "permanecerá para sempre uma mancha na consciência da humanidade que tem testemunhado os horrores cometidos contra o povo palestino sem tomar medidas para impedi-los".
De acordo com a rede de televisão Al Jazeera, o Hospital Árabe al-Ahli "ainda está em chamas". A reportagem descreveu o cenário na unidade de saúde como "catastrófico". "Ainda há pessoas sob os escombros dos edifícios destruídos. As equipes médicas estão tentando retirar as vítimas, mas há um número crescente de feridos em diferentes áreas da Faixa de Gaza", diz o site do canal.
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