
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos mais utilizado no Brasil, voltou ao centro das atenções nesta semana após ter sido alvo de um ataque hacker a uma empresa que conecta bancos ao Banco Central. Embora não haja indícios de vazamento de dados pessoais, houve desvio de recursos de instituições financeiras.
O episódio reforça a importância da atualização anunciada pelo Banco Central (BC) na última quinta-feira (21), que promete mais eficiência na devolução de valores em casos de fraudes.
Somente em 2024, o Pix movimentou R$ 26,46 trilhões, consolidando-se como o principal meio de pagamento do país. Mas a popularidade também trouxe desafios: o BC registra cerca de 400 mil fraudes por mês relacionadas ao sistema.
Hoje, quando ocorre um golpe, a devolução depende do Mecanismo Especial de Devolução (MED), que bloqueia apenas a conta originalmente usada na fraude. O problema é que criminosos transferem rapidamente os valores para outras contas, dificultando o reembolso às vítimas.
Com a atualização, os bancos serão obrigados a criar um botão específico no aplicativo do Pix para que o cliente comunique a fraude de forma imediata. Além disso, o MED passará a rastrear o caminho dos recursos, bloqueando valores em todas as contas envolvidas na movimentação ilícita.
A novidade estará disponível em 23 de novembro de 2025 e será obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026. A devolução poderá ocorrer em até 11 dias após a contestação.
Segundo o Banco Central, o prazo para solicitar devolução é de até 80 dias após a transação. O processo funciona da seguinte forma:
O cliente registra o pedido na instituição financeira.
O banco avalia o caso; se for confirmado golpe, o valor do Pix é bloqueado na conta do recebedor.
A análise é concluída em até 7 dias.
Se não for fraude, o valor é desbloqueado.
Se for fraude, a devolução ocorre em até 96 horas, total ou parcialmente.
Caso a devolução seja parcial, o banco do fraudador deve realizar bloqueios sucessivos sempre que houver saldo disponível, por até 90 dias após a operação original.
Com a mudança, a expectativa do Banco Central é reduzir os prejuízos e aumentar a confiança dos usuários em um sistema que já é considerado um dos mais eficientes do mundo.
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