Ataques israelenses mataram pelo menos 25 palestinos na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortos desde 7 de outubro para 39.897, ou cerca de 1,8% da população do território ocupado. O Escritório de Estatísticas palestino afirma que 75% das vítimas tinha menos de 30 anos de idade.
Outros 92.152 foram feridos nos ataques de Israel. Dado o colapso do sistema de esgoto, atualmente 1,7 milhão de pessoas sofrem de doenças infecciosas. Foram registrados 71.338 casos de hepatite e 60 mil mulheres grávidas estão em risco devido à falta de assistência médica.
Outros 350 mil pacientes com doenças crônicas estão em risco devido à falta de medicamentos. Mais de 1,3 milhão de vacinas programadas para as crianças de Gaza estão sendo retidas pelas autoridades israelenses. Dos quase 40 mil mortos registrados, 69% dos assassinados eram crianças e mulheres. Dezessete mil crianças estão vivendo sem um ou os dois país. Outras 36 crianças já morreram de fome.
Ainda segundo dados palestinos, desde outubro, 885 mortos eram de equipes médicas, 79 eram membros da defesa civil, 168 jornalistas e 310 profissionais de saúde foram detidos.
Sete valas comuns foram encontradas dentro de hospitais, com 520 corpos tendo sido desenterrados dessas valas. 175 centros de abrigo foram alvos do exército israelense. Desde outubro, 36 prisioneiros palestinos morreram nos centros de detenção administrados pelos militares do país, disse o exército israelense, citado pela agência de notícias The Associated Press.
As autoridades de Gaza disseram à agência AFP nesta segunda-feira (12) que 75 corpos foram identificados entre os 93 palestinos mortos no sábado em um bombardeio israelense contra uma escola na Faixa de Gaza, e que a identificação dos outros 18 continua.
"Houve 93 mortos na escola al-Tabi'een, entre eles onze crianças e seis mulheres, 75 foram identificados e temos os seus nomes", disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil palestina, Mahmud Basal.
"Os outros não foram identificados porque os corpos estão em pedaços, outros foram queimados no bombardeio", disse ele.
"Ainda há corpos muito danificados para serem identificados. Além disso, famílias foram deslocadas para o sul e não conseguem identificar os seus entes queridos", explicou o médico Amjad Aliwa, do hospital Al Ahli que recebeu as vítimas do ataque.
Dezenas de milhares de palestinos foram forçados a fugir de Khan Younis e dormir em calçadas e ruas em outros lugares do enclave, sem comida ou água.
Diplomacia
O Hamas pede que os Estados Unidos, o Catar e o Egito apresentem um plano para implementar a proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em vez de realizar "mais rodadas de negociações" e discutir novas propostas para Gaza.
A passagem de fronteira de Rafah para o Egito está fechada desde que Israel a capturou no início de maio, bloqueando a única rota para fora do enclave costeiro sitiado.
O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, diz que conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na qual ele "observou o fortalecimento da postura e das capacidades da força militar dos EUA em todo o Oriente Médio" em um momento em que as tensões regionais estão fervendo.
Israel alega que armas estão sendo contrabandeadas pelo Irã e membros do Hamas no Líbano para a Cisjordânia ocupada via Jordânia. Israel também alega que campos de refugiados estão sendo "controlados" pelo Irã.
Os líderes da França, Alemanha e Reino Unido pediram "desescalada e estabilidade regional" no Oriente Médio e um cessar-fogo urgente.
*Com AFP, AP e Al Jazeera
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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