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Governo já prepara mudança para meta de inflação contínua; Ministério da Fazenda discute como será a prestação de contas

Governo já prepara mudança para meta de inflação contínua; Ministério da Fazenda discute como será a prestação de contas

27/06/2023 às 08h23 Atualizada em 27/06/2023 às 11h23
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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Ministério da Fazenda discute como será a prestação de contas. Reunião do Conselho Monetário Nacional nesta semana vai decidir sobre mudança. Hoje, há metas anuais

O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na quinta-feira e deve aprovar um ajuste no sistema de metas de inflação. Essa é a expectativa do Ministério da Fazenda, que prepara a mudança e já trabalha em possíveis ajustes no novo formato, principalmente na prestação de contas à sociedade.

Formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o CMN tem como principal missão definir as diretrizes da política monetária do país.

O ministro Haddad tem defendido publicamente uma mudança nos parâmetros adotados hoje para que o país tenha um sistema em que a meta de inflação seja contínua. Atualmente, a meta é definida seguindo o ano calendário. Para 2023, o objetivo a ser perseguido pelo BC é manter a inflação em 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Impacto nos juros

 

Mudar esta sistemática pode ser decisivo para os rumos da taxa de juros no país. O encontro do CMN nesta semana será a primeira reunião de Campos Neto com Haddad depois de o BC manter os juros básicos do país em 13,75% ao ano e não sinalizar claramente uma redução da Taxa Selic em agosto, o que irritou o governo.

O BC divulga hoje a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com a explicação detalhada sobre a decisão, que pode amenizar o tom.

As projeções do mercado, segundo o último Boletim Focus, estão em queda. Analistas reduziram a previsão para a inflação pela sexta semana consecutiva, de 5,12% para 5,06%.

O principal objetivo do BC ao definir a Selic é seguir a meta de inflação, definida pelo CMN. Cabe ao banco prestar contas sobre isso. Além disso, Campos Neto dará entrevista na quinta-feira para apresentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Atualmente, o BC tem três instrumentos para dar satisfação à sociedade em relação à atuação para manter a inflação sob controle: o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a prestação de contas semestral no Senado e, em caso de descumprimento da meta inflacionária, a elaboração de uma carta ao Ministério da Fazenda.

Haddad durante reunião com a equipe na tradicional sala do Conselho Monetário Nacional, no prédio do Ministério da Fazenda — Foto: Washington Costa/Ascom/MF

Haddad durante reunião com a equipe na tradicional sala do Conselho Monetário Nacional, no prédio do Ministério da Fazenda — Foto: Washington Costa/Ascom/MF

Essa carta precisa explicar por que a meta foi descumprida e indicar os passos futuros para a recolocação no caminho de seu objetivo. Como a meta hoje é apurada com o IPCA de janeiro a dezembro, o documento, quando necessário, é enviado à pasta em janeiro do ano subsequente.

Ainda vai ter carta?

 

Com uma meta contínua, essa periodicidade perderia o sentido. Nesse contexto, técnicos discutem agora se a carta continua sendo necessária. Uma possibilidade é manter a carta em momentos em que a inflação passar por um período “fora da curva”. Seria possível ainda fortalecer os outros mecanismos de prestação de contas, como uma apresentação mais detalhada ao Congresso.

O calendário oficial do CMN prevê a discussão sobre as metas de inflação nos meses de junho. Neste ano, seria discutida a meta de 2026 e rediscutidos os objetivos de 2024 e 2025. Mas o que também entrará em discussão agora será implantar calendário móvel.

Em vez de considerar um ano cheio para atingir a meta, o objetivo seria perseguido num período mais longo. Dessa forma, o BC poderia ser mais suave na sua atuação para manter os preços sob controle.

A avaliação dentro do governo é que uma regra que não siga o ano-calendário poderia atenuar as pressões e reduzir as chances da política monetária ser muito contracionista — ou seja, com taxas de juros muito elevadas.

Atualmente, as metas são 3,25% neste ano e 3% em 2024 e 2025, com intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A expectativa do mercado é que seja mantida a meta de 3% com a verificação contínua.

O mercado já começa a reduzir projeções para 2026, o que pode abrir espaço para uma queda mais rápida da elic. No Boletim Focus, a estimativa caiu para 3,72%. Há um mês estava em 4%.

Cuidados e avanço

 

A hipótese de mudar numericamente as metas de inflação foi praticamente descartada, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter falado nos primeiros meses de gestão sobre a possibilidade de adotar um parâmetro de referência mais elevado.

Campos Neto disse no fim de maio, em entrevista à GloboNews, que o ideal é que não haja “nenhum tipo de modificação” na meta de inflação no curto prazo, já que o momento é de incerteza, mas disse que o objetivo contínuo, amplamente defendido por Haddad, traz “eficiência”.

Em relatório, o Itaú afirmou esperar que o CMN confirme a meta em 3%, com intervalo de 1,5 ponto percentual, e mude a meta para contínua. Mas deixando para o BC definir o horizonte de convergência. “A mudança da meta ano calendário para meta contínua também está aparentemente em discussão e se for implementada com cuidado pode trazer avanços”, afirma o banco.

Para o Itaú, seria negativo se o CMN determinasse prazo mínimo de, por exemplo, 24 meses para o BC buscar o cumprimento da meta. A decisão deve “ajudar a ancorar as expectativas de inflação e reduzir a inflação para meta de 3% em 2024/2025, sem comprometer as perspectivas para a gradual flexibilização da política monetária", diz o banco.

Fonte: O Globo

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