Através da redes sociais e de áudio enviado à reportagem do Aratu On, a população da Cidade de Pojuca pede à Igreja Católica que remova o padre que ali atua por diversos motivos, sendo os principais:
- Utilização dos ofícios religiosos para fazer campanha política escancarada em favor da reeleição do atual presidente;
- Assédios aos fiéis para induzi-los a votar no candidato da preferência do sacerdote;
Segundo a matéria publicada pelo Aratu On, em um áudio gravado pelo religioso e enviado por moradores de Pojuca para a reportagem nesta quarta-feira (26/10), o sacerdote chama o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "satanás" e "demônio".
O áudio, que tem quase 4 minutos de duração, não para por aí. Na gravação, Padre Cláudio também chama os eleitores de Lula de "covardes", e se refere ao partido como "grupo comunista. E completa: "acho que está chegando o meu tempo de ir embora daqui. E depois ver, se por acaso esse satanás ganhar... se esse satanás ganhar com o voto daqueles que se dizem cristãos, eu vou poder reclamar, poder ver (...). Quero viver um pouco mais para ver alguns se lamentarem daqui há cinco anos se esse demônio entrar aí".
Nas redes sociais, os moradores de Pojuca expuseram o fato e se manifestaram contra a fala do sacerdote. Em uma das mensagens encaminhadas para o Aratu On, moradores se dizem "enojados", e expõem que o padre tem mantém uma postura religiosa "duvidosa".
"Um homem que se diz padre, e de conduta totalmente duvidosa, com comportamento extremamente equivocado em sua vida pública. Como não é novidade para ninguém, um Padre etilista, que segue sua vida ingerindo em tempo integral bebida alcoólica. Quem não acreditar, é só ficar observando as entregas da distribuidora na casa dele. Um homem que expressa palavrões, ofende, destrata, menospreza, não respeita a opinião dos fiéis e nem outras religiões e, além de tudo, ainda oprime e assedia moralmente seus funcionários e fiéis mais próximos, para que todos façam a sua vontade de votar em Bolsonaro".
Ao Aratu On, o professor de educação física, ativista no município, Mário Alberto de Araújo, mais conhecido como Betão Araújo, disse que, desde o início do período eleitoral, o padre vem usando as missas para fazer campanhas a favor da reeleição do atual presidente: "O problema é que a maioria das pessoas não vota com ele, aí ele surtou. Ele fala disso nas missas, é exposto mesmo, nada escondido. O carro dele é todo plotado. Ele fala de política na hora do sermão, é uma prática corriqueira dele. Ele usa as redes sociais para declarar apoio, coloca vídeos, fake news".
Em uma das mensagens, moradores da região apelidam Padre Cláudio de "Padre Fake News" e "Padre Fanfarrão", e pedem que a Igreja Católica mande outro sacerdote para a cidade. "Ele deveria defender e falar do Evangelho de Jesus com a mesma intensidade com que ele grita, se expõe e idolatra esse candidato à Presidência", diz o texto.
Pelo exposto, fica evidente que se faz necessária mais que uma nota de reprovação, faz-se mister uma intervenção firme e efetiva da Igreja, atendendo ao pedido da comunidade e substituir o padre por outro que se atenha ao Evangelho e respeite as preferências políticas dos fiéis.
Nadia Freire
Editora do Jornal e Site Sua Cidade em Revista
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