
Nesta sexta-feira (28), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a entrega de 604 equipamentos de alta tecnologia que, além de qualificar os serviços de hemoterapia, garantirão um aumento inicial de 30% no aproveitamento do plasma, gerando economia de R$ 260 milhões por ano ao governo federal com a redução da necessidade de importação de medicamentos.
Assim, o Brasil dá mais um passo para consolidar a soberania nacional na produção de medicamentos, com a modernização do parque tecnológico da Hemorrede pública do país. Equipamentos de ponta vão aumentar a oferta do plasma, essencial para a produção de medicamentos para hemofílicos e grandes cirurgias e o investimento total de R$ 116 milhões, com recursos do PAC Saúde, vai gerar economia anual de R$ 260 milhões.
A iniciativa beneficiará 125 serviços de hemoterapia em 22 estados. O estado da Bahia recebeu 11 novos equipamentos, em um investimento total de R$ 2,2 milhões. Cinco municípios foram beneficiados com os novos serviços: Barreiras, Eunápolis, Feira de Santana, Salvador e Vitória da Conquista.
O plasma é a parte líquida do sangue que, ao ser processada, se transforma em medicamentos essenciais para o cuidado de pacientes com hemofilia, doenças imunológicas, outras condições de saúde e para cirurgias de grande porte.
“Durante muito tempo, o Brasil não produzia os fatores que derivam do plasma e tínhamos que importar o tempo todo, gerando insegurança para quem tem doenças que dependem dos hemoderivados. Cada vez mais, as imunoglobulinas são utilizadas não só para doenças infecciosas, mas para outros tipos de doenças também — as imunoglobulinas hiperimunes. É um passo muito importante no cuidado à saúde para salvar a vida de tantas pessoas"”, disse o ministro da Saúde.
Em 2024, a Hemoba enviou 8.064 bolsas de plasma para a Hemobrás, já em 2025, o volume subiu para 11.936 bolsas, número que deve aumentar com a modernização e a ampliação da capacidade de armazenamento.
Importância dos novos equipamentos
Os blast-freezers, de congelamento ultrarrápido (tecnologia avançada com a qual a hemorrede pública ainda não contava); os ultrafreezers, de congelamento rápido; e freezers aumentam a capacidade de produção e de armazenamento do plasma com qualidade industrial. Isso significa que a nova fábrica da Hemobrás, inaugurada em 2025, poderá atingir sua plena capacidade de produção de medicamentos estratégicos para o SUS, com o processamento de até 500 mil litros de plasma por ano.
A Hemobras é, atualmente, a maior fábrica de hemoderivados da América Latina, criada pelo Ministério da Saúde. Com os novos equipamentos, essa oferta tende a aumentar, já que os 604 blast freezers, ultrafreezers e freezers asseguram o congelamento do plasma em temperaturas extremamente baixas (–30°C), condição essencial para manter a qualidade das proteínas utilizadas na fabricação de medicamentos.
A importância da doação voluntária de sangue
No país, em 2024, mais de 3,3 milhões de bolsas foram coletadas, o que representa 1,6% da população brasileira. Atualmente, apenas 13% do plasma coletado no país por meio de doações voluntárias é utilizado em transfusões, o que significa que 87% ainda podem ser destinados à produção de hemoderivados.
A demanda por imunoglobulinas e outros hemoderivados vem crescendo mundialmente, elevando preços e irregularidade no abastecimento internacional. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, o Brasil teve dificuldade para adquirir imunoglobulina, essencial para o tratamento de múltiplas doenças. Daí, fica visível que ampliar a produção nacional é questão de soberania sanitária.
Tecnologia 100% nacional garante triagem mais rápida nas bolsas de sangue
O ministro Padilha ressaltou que a Hemorrede Pública Brasileira é uma referência internacional, sendo a única com 100% de aplicação do exame NAT, que detecta precocemente riscos de transmissão. Parte integrante da Hemorrede pública, a Rede de Testes de Ácido Nucleico (Rede NAT) está totalmente implementada nos hemocentros públicos do país desde 2011, garantindo um dos mais altos padrões de segurança transfusional do mundo. Todos os anos, cerca de 3,5 milhões de amostras são analisadas.
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