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Descoberta arqueológica em obra da Conder segue para preservação na Uesc

A Conder realizou, na quinta-feira (17) a entrega de 18 caixas de material arqueológico encontrado durante a obra de requalificação da Praça dos Pe...

21/07/2025 às 12h27
Por: Redação Fonte: Secom Bahia
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Foto: Ascom/Conder
Foto: Ascom/Conder

A Conder realizou, na quinta-feira (17) a entrega de 18 caixas de material arqueológico encontrado durante a obra de requalificação da Praça dos Pescadores, em Santiago de Iguape, município de Cachoeira.  Uma parte do material descoberto foi enviada para o laboratório de osteoarqueologia da Universidade Federal do Piauí, onde estão sendo realizados estudos para detalhar os achados. O material com o qual não é possível realizar esse tipo de estudo vai ficar sob guarda temporária da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus.  

"É um material que a gente classifica como ossário, são fragmentos muito diminutos de ossos humanos, em que não é possível uma identificação diagnóstica para as análises arqueológicas ou bioarqueológicas, que já estão sendo feitas com outros materiais.  Com eles não é possível obter, por exemplo, dados de diagnóstico sexual, saber se eram esqueletos masculinos, femininos, idade, patologias, dieta alimentar e uma série de questões”, explica a arqueóloga Rosivânia Aquino, da Totem Arqueologia, que chefiou as escavações.  

“No final de toda a pesquisa ele será reunido com os demais que estão sendo pesquisados e será devolvido para a comunidade de Santiago de Iguape para um ritual de enterramento no cemitério atual da comunidade", complementa Rosivânia. Além de providenciar um enterramento digno para os restos humanos, a realização do ato ritual busca envolver a comunidade na destinação do material, assim como aconteceu durante o período de escavação.

Para garantir a correta conservação do ossário, a Conder realizou a doação de 6 desumidificadores de ar e 10 termo-higrômetros a UESC. A previsão é que o material permaneça sob a guarda temporária da universidade por cerca de 15 meses.

Canteiro de obras virou sítio arqueológico

A descoberta arqueológica no terreno da Praça dos Pescadores, contígua à Igreja Matriz do povoado, aconteceu logo no início da obra da Conder. A partir daí, o trabalho de requalificação foi paralisado e iniciado o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico da Praça dos Pescadores, seguindo as diretrizes do IPHAN para garantir que o material fosse devidamente escavado, conservado e estudado.  

Foram encontrados, catalogados e enviados para estudos seis esqueletos completos, dez parcialmente completos e doze crânios. Foram 14 caixas enviadas para o Piauí, e o que se sabe até o momento impressiona pela relevância dos achados.

Os materiais encontrados vêm de dois períodos diferentes: enterramentos cristãos e indígenas do período entre os séculos XVII e XIX e - o mais impressionante - evidências da existência de um sambaqui que pode datar do período pré-histórico. Sambaquis são estruturas em formato de pequenos montes encontradas em todo litoral atlântico formadas por restos de animais, conchas, utensílios e ossadas humanas que foram acumulados de forma sistemática pelos chamadas povos sambaquieiros. O estudo deles é de importância fundamental para reconstituir o passado pré-histórico das américas e da dispersão dos hominídeos pelo mundo.

Com a requalificação, que teve investimento de cerca de R$800 mil do Governo do Estado, e foi entregue em maio de 2025, a Praça dos Pescadores passou a contar com parque infantil, dois quiosques com banheiro, bancos, mesas e projeto de iluminação. Foi realizada também a reforma do cruzeiro, que sinaliza o cemitério cristão do período colonial.  

“Foram 3 meses de monitoramento arqueológico da obra, de setembro a dezembro de 2024. Agora, a obra acabou, mas o trabalho continua, pois precisaremos estudar o Sambaqui – essa parte ainda carece de autorização do IPHAN. Estamos trabalhando na análise de tudo o que resgatamos e depois partiremos para a fase de investigação do Sambaqui. É um trabalho gigante e de muita importância!”, avalia a arquiteta da Conder Vanessa dos Santos

Fonte

Ascom/Conder

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