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Isolamento social: isso te afeta? Vem dialogar conosco sobre as políticas públicas de enfrentamento ao problema existentes no seu município

Os números são gritantes: pesquisas recentes associaram a solidão crônica ao transtorno depressivo, à demência e até mesmo à morte precoce.

07/04/2025 às 09h30
Por: Redação Fonte: Medscape
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Em artigo publicado na Medscape - abril de 2025, intitulado “Como tratar a solidão”, a jornalista Deborah Brauser traz inquietantes dados sobre a solidão e os seus nefastos efeitos sobre a saúde das pessoas. No texto que reproduzimos abaixo, além de dados de pesquisas, Debora também expõe algumas medidas que estão sendo tomadas para enfrentar o grave problema que afeta a todas as idades:

Efeitos nocivos

A solidão e o isolamento social não são apenas uma emoção ou uma situação transitória. São um problema global com sérias consequências para a saúde pública. Em 2023, o então médico cirurgião-geral dos Estados Unidos, Dr. Vivek Murthy, soou o alarme, declarando a solidão uma epidemia e citando pesquisas seminais* que equiparam seus efeitos nocivos aos de fumar 15 cigarros por dia.

Os números são gritantes: pesquisas recentes associaram a solidão crônica ao transtorno depressivo, à demência e até mesmo à morte precoce. Em 2024, os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos EUA relataram que um em cada três adultos nos EUA se sente solitário, enquanto uma pesquisa Meta-Gallup abrangendo 140 países constatou que mais de 1 bilhão de pessoas vivenciam isolamento social significativo.

À medida que as conexões digitais substituem as interações presenciais e as estruturas comunitárias tradicionais se desgastam, surge as questões: como chegamos até aqui? E o que os países estão fazendo para reconectar as pessoas?

Ações governamentais de enfrentamento

Embora as causas da solidão continuem sendo assunto de debate, há um consenso global sobre a urgência de agir. Em todo o mundo, os governos estão levando a questão a sério — cada um adotando estratégias distintas moldadas por seus cenários culturais, sociais e políticos.

Em 2023, o US Surgeon General's Advisory criou uma estrutura de seis partes para lidar com a solidão. A Suécia está promovendo a conexão por meio de iniciativas de moradia compartilhada, enquanto a Noruega está combatendo o isolamento de idosos com clubes comunitários. Enquanto isso, o Reino Unido deu um passo ousado ao nomear um Ministro da Solidão para liderar uma resposta nacional coordenada.

Avaliações médicas

“Certamente há muitos dados que respaldam uma mudança no grau de socialização que ocorre em nossa sociedade não apenas em adultos, mas também em adolescentes. Hoje, as pessoas têm menos amigos e menos tempo para interagir e são menos propensas a se envolver em atividades que as colocam em contato com outras pessoas”, disse ao Medscape o Dr. Paul Appelbaum, médico psiquiatra e professor de psiquiatria na Columbia University, nos EUA.

A Dra. Ellen E. Lee, médica, professora associada e chefe do setor de psiquiatria geriátrica na University of California, nos EUA, concorda que as conexões sociais estão diminuindo e que um número crescente de indivíduos está relatando sentimentos de solidão.

“O que estou vendo é que, em pessoas que são realmente solitárias e socialmente isoladas, há um ciclo ou uma espiral. O indivíduo pode se sentir solitário e se afastar das interações sociais, o que piora a situação, e assim ele se sente ainda mais solitário. E então, se ele se torna sensível à rejeição social, é menos provável que se aventure e encontre mais relacionamentos sociais”, disse a Dra. Ellen ao Medscape”.

Todas as idades afetadas

Solidão e isolamento social são experiências relacionadas, mas distintas. Solidão é o sentimento subjetivo de estar sozinho, enquanto isolamento social se refere a uma falta objetiva de relacionamentos ou conexões sociais com a família, os amigos ou a comunidade.

"A solidão é apenas uma forma de falta de conexão", disse ao Medscape a Dra. Julianne Holt-Lunstad, Ph.D., editora científica líder do US Advisory Report e professora de psicologia e neurociência na Brigham Young University, nos EUA.

Um estudo recente no periódico JAMA mostrou que entre adultos estadunidenses com idades entre 50 e 80 anos, 34% relataram falta de companhia em 2018 — um número que subiu para 41% em 2020, depois flutuou: 37% (2021), 42% (2022), 37% (2023) e 33% (2024). O isolamento social seguiu um padrão semelhante, aumentando de 27% em 2018 para 56% em 2020, depois diminuindo para 46% (2021), 44% (2022), 34% (2023) e 29% (2024).”

Pandemia

“Embora a pandemia tenha interrompido as conexões sociais, as taxas de solidão e isolamento foram substanciais tanto antes quanto depois da pandemia inicial. Altas taxas de solidão e isolamento social ocorreram em vários grupos sociodemográficos, especialmente naqueles com saúde física ou mental autorrelatada como regular ou ruim”, observaram os pesquisadores.

A pesquisa global Meta-Gallup mostrou que uma proporção significativa de entrevistados em todas as faixas etárias relataram se sentir bastante ou muito solitários: 25% daqueles com idades entre 15 e 18 anos, 27% entre 19 e 29 anos, 25% entre 30 e 44 anos, 22% entre 45 e 64 anos e 17% dos adultos com idade ≥ 65 anos.

Além da pesquisa destacar níveis elevados de solidão e isolamento entre estudantes universitários, o Dr. Paul apontou outra preocupação: taxas crescentes de solidão entre adolescentes.

Ele observou que o tempo que antes era usado em interações presenciais ou atividades em grupo agora os adolescentes estão passando on-line, geralmente em redes sociais ou jogos. Ainda assim, ele enfatizou que níveis prejudiciais de isolamento social podem afetar indivíduos de quase qualquer faixa etária.

O Dr. Paul observou que a solidão é comum entre idosos aposentados que perderam o local de trabalho como fonte importante de interação social, o que muitas vezes leva ao isolamento, à depressão e à infelicidade.”

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