A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados traçaram um plano de fuga para fora do país caso o golpe de Estado que planejavam fracassasse. A estratégia, segundo a denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi discutida antes mesmo das eleições de 2022 e fazia parte do conjunto de ações do grupo para manter Bolsonaro no poder.
O documento que o Bahia Notícias obteve acesso aponta que o plano de contingência foi considerado a partir de março de 2021, quando Lula voltou a ser elegível após a anulação de suas condenações. Na época, aliados do então presidente avaliaram que, caso Bolsonaro desobedecesse abertamente decisões do STF, poderia enfrentar represálias. Diante disso, uma alternativa seria a saída do país, caso o golpe não se concretizasse.
A denúncia detalha que, após o segundo turno das eleições, a ideia da fuga ganhou força nos bastidores, com o grupo de Bolsonaro intensificando ataques contra o sistema eleitoral e discutindo meios de evitar que ele deixasse o cargo. A PGR aponta que a operação golpista foi estruturada em etapas, incluindo um plano chamado "Punhal Verde Amarelo", que previa a eliminação de figuras-chave do Estado democrático de direito.
ASSASSINATOS NA TRAMA
A peça apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, revelou ainda que o grupo próximo a Bolsonaro não apenas articulou um golpe de Estado, mas também planejou assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
O plano envolvia a execução de Moraes e um suposto envenenamento de Lula, com o objetivo de criar um cenário de caos que justificasse a intervenção militar. Segundo o documento, o ministro do STF era visto como um dos principais obstáculos ao golpe, por ser relator de investigações que envolviam o bolsonarismo, como os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.
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