O Governo da Bahia, em parceria com o Ministério da Saúde, lançou neste sábado (14), em Salvador, o plano de ação 2024/2025 para enfrentamento de arboviroses como dengue, chikungunya, zika e febre do oropouche. Durante o “Seminário de Combate às Arboviroses: Desafios e Ações para Reduzir a Mortalidade”, gestores, especialistas e autoridades de saúde discutiram estratégias para reduzir os casos prováveis, as taxas de mortalidade e reorganizar os serviços assistenciais em todo o estado.
Com investimento superior a R$ 23 milhões, o plano é baseado em seis eixos estratégicos: prevenção, vigilância, controle vetorial, reorganização da rede assistencial, preparação e resposta a emergências, e comunicação. As medidas incluem desde campanhas educativas e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti até a modernização de hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Cenário alarmante
Em 2024, a Bahia registrou 232.623 casos prováveis de dengue, um aumento de 395% em relação ao ano anterior, além de 16.491 casos de chikungunya, 1.166 de zika e 1.077 de febre do oropouche. Os números refletem a urgência de ações coordenadas para conter os surtos e mitigar os impactos na saúde pública.
A diretora de Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, ressaltou os avanços obtidos até agora, mas enfatizou que o cenário exige mais esforços. “Conseguimos estabilizar algumas regiões com ações rápidas e integração de equipes. No entanto, precisamos fortalecer ainda mais nossa rede assistencial e intensificar as medidas preventivas”, afirmou.
Fortalecimento da rede de saúde
O subsecretário de Saúde do Estado, Paulo Barbosa, destacou as ações intersetoriais realizadas ao longo de 2024, incluindo mutirões de limpeza, aquisição de kits para agentes de combate às endemias e parcerias com o Corpo de Bombeiros para alcançar áreas de difícil acesso. “Investimos na capacitação de profissionais, disponibilização de equipamentos e medicamentos para os municípios mais afetados pelas arboviroses. Essas medidas são cruciais para enfrentar os surtos com agilidade e eficiência”, explicou.
A diretora de Gestão de Serviços de Saúde, Zaine Lima, reforçou a importância de uma rede assistencial robusta para salvar vidas. “Estamos focados na reorganização das UBS, ampliação das emergências hospitalares e qualificação das equipes. Uma resposta rápida e integrada é essencial para evitar complicações graves”, afirmou.
O secretário adjunto da Vigilância do Ministério da Saúde, Rivaldo Venâncio, destacou a necessidade de uma abordagem intersetorial e do engajamento da sociedade no controle das arboviroses. “Não basta atuar apenas nos hospitais. O controle passa pela mobilização comunitária, saneamento básico e educação. É um esforço conjunto”, enfatizou.
O infectologista Antônio Bandeira, representante da Sociedade Brasileira de Infectologia, alertou para a importância do atendimento imediato e da identificação precoce dos sinais de alerta. “A hidratação é fundamental nos primeiros atendimentos, especialmente em casos de dengue. Com triagem eficiente, podemos evitar agravamentos e salvar vidas”, afirmou.Com a ampliação das UBS, modernização de hospitais e ações preventivas, o plano de ação da Bahia busca reduzir drasticamente os impactos das arboviroses. “Não podemos esperar que o próximo surto nos surpreenda. A hora de agir é agora, com estratégia, integração e o esforço de todos os setores da sociedade”, concluiu Paulo Barbosa.
A Bahia reafirma, assim, seu compromisso com um Sistema Único de Saúde mais preparado, ágil e eficaz, colocando a saúde pública como prioridade absoluta em 2024 e 2025.
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