O professor e jurista Alysson Mascaro, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), foi acusado de assédio sexual em uma reportagem publicada nesta terça-feira (3) pelo site The Intercept Brasil. O texto, baseado exclusivamente em depoimentos anônimos, afirma que Mascaro teria promovido condutas inadequadas ao longo de sua carreira acadêmica. O jurista, considerado um dos principais intelectuais marxistas do Brasil, nega as acusações e anunciou que tomará medidas judiciais contra os responsáveis.
De acordo com a matéria, não há registros formais de denúncias contra Mascaro na USP ou na Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde ele também lecionou. A publicação sugere, no entanto, que novas denúncias anônimas possam pressionar a USP a abrir investigações internas ou mesmo afastar o professor.
Cultura do cancelamento em debate
O caso reacendeu discussões sobre os perigos da chamada "cultura do cancelamento". Fenômeno amplificado pelas redes sociais, o cancelamento ocorre quando indivíduos ou instituições são alvos de boicotes ou rejeição pública, frequentemente baseados em acusações que, muitas vezes, carecem de comprovação.
Embora essa prática tenha como objetivo responsabilizar socialmente os acusados, especialistas alertam para os danos irreversíveis que pode causar quando não há provas concretas. Entre os efeitos mais graves estão a destruição da reputação, o isolamento social e o comprometimento de carreiras, além de consequências psicológicas, como ansiedade e depressão.
Nesse contexto, o caso de Alysson Mascaro ilustra os riscos de transformar acusações não fundamentadas em mecanismos de condenação pública, sem o devido processo legal. A busca por equilíbrio entre responsabilização e respeito aos direitos individuais é apontada como essencial para evitar injustiças no ambiente digital.
Em nota, Mascaro reafirmou sua inocência e declarou que recorrerá à Justiça para se defender. "Tomarei todas as providências cabíveis para proteger minha reputação e responsabilizar aqueles que utilizam acusações infundadas como ferramenta de destruição pessoal", disse o professor.
O caso permanece em aberto, e a Universidade de São Paulo ainda não se pronunciou sobre eventuais medidas relacionadas às acusações. Enquanto isso, o debate sobre os limites da cultura do cancelamento segue ganhando espaço no cenário público.
Confira, abaixo, a defesa de Mascaro:
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