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Estudo prevê aumento alarmante das mortes por calor na América Latina nas próximas décadas

Pesquisa com dados do Brasil e de outros oito países mostra que até 2% dos óbitos poderão estar relacionados a temperaturas extremas até 2054.

17/10/2025 às 07h40
Por: Redação
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Foto: Reprodução | Fernando Frazão - Agência Brasil
Foto: Reprodução | Fernando Frazão - Agência Brasil

O calor é responsável por cerca de 1 em cada 100 mortes na América Latina atualmente, e esse número pode mais que dobrar em 20 anos, segundo uma análise realizada em 326 cidades de países como Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá e Peru.

O estudo considera o ritmo de envelhecimento da população e cenários de aquecimento global moderado, com aumento de temperatura entre 1º C e 3º C para o período de 2045 a 2054.

Estimadas hoje em 0,87% do total, as mortes por calor podem chegar a 2,06% no pior cenário.

De acordo com a Agência Brasil, “as pessoas idosas e as mais pobres são as que mais sofrem. Quem vive em áreas periféricas, em moradias precárias e sem acesso a ar-condicionado ou a espaços verdes terá mais dificuldade para enfrentar ondas de calor cada vez mais intensas. As mortes são apenas a ponta do iceberg. O calor extremo aumenta o risco de infartos, insuficiência cardíaca e outras complicações, especialmente em pessoas com doenças crônicas”, explica Nelson Gouveia, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), um dos autores do estudo.

No Brasil, a análise utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do DataSUS e do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim como nos demais países analisados, as mortes causadas por eventos climáticos envolvendo temperaturas extremas devem aumentar consideravelmente, tanto para situações de calor quanto de frio. Um fator decisivo é o aumento da população acima de 65 anos na década estimada (2045-2054), que aumenta a população mais afetada por essas doenças.

Medidas de Adaptação Climática

Os pesquisadores concluíram que é possível impedir parte considerável dessas mortes com a construção e aplicação de políticas de adaptação climática voltadas para populações vulneráveis a temperaturas extremas. Isso inclui planos de ação para períodos de calor intenso e adaptações nas cidades para diminuir a exposição a temperaturas elevadas e mitigar seus efeitos na saúde, de forma acessível aos idosos e a pessoas com deficiências.

Outras medidas eficazes incluem a adoção de sistemas de alerta precoce, com comunicação clara e acessível à população, a expansão de áreas verdes e criação de corredores de ventilação urbana para reduzir ilhas de calor, a educação comunitária sobre os riscos de altas temperaturas e formas de proteção individual e coletiva. Além disso, a adoção de protocolos de saúde pública para atendimento prioritário a pessoas idosas e com doenças crônicas, como já implementado no Rio de Janeiro, é recomendada.

O estudo faz parte do projeto Mudanças Climáticas e Saúde Urbana na América Latina (Salurbal-Clima) e reúne pesquisadores de instituições de nove países latino-americanos e dos Estados Unidos. Com duração de cinco anos (2023-2028), o Salurbal busca evidências que relacionam as mudanças climáticas aos impactos na saúde da região.

O estudo completo está disponível na revista eletrônica Environment International (clique aqui).

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