A direção do NTE18 já foi objeto de diversas matérias em nosso jornal, nenhuma positiva. Com tantos problemas enfrentados pela educação no país, no estado, no território, a grande preocupação da gestora anterior foi proibir a entrada de mães de alunos na sede do NTE e nos colégios da rede com “roupas inapropriadas”.
“Já na entrada, percebi que os cartazes classistas e insultuosos haviam sido retirados. Um alívio. E, nos primeiros momentos da conversa com a nova diretora, percebi também que a visão era outra, assim como era outro o estilo de gestão”, registrou nossa editora.
Nascida e criada no bairro Mangalô, em Alagoinhas, Marlene Pimentel já exerceu, com excelência, diversos cargos públicos. Em 2001, ocupou o cargo de secretária do prefeito, no primeiro mandato, e chefe de gabinete, no segundo. Na sequência, Marlene ocupou cargos na Secretaria de Educação do Estado da Bahia onde permaneceu até o início deste ano, quando foi convidada pelo governador Jerônimo Rodrigues e pela secretária de educação Rowena Brito para assumir a direção do NTE18. O órgão é responsável pela rede de educação estadual no território Litoral Norte e Agreste Baiano, o que significa responder pelas cidades de Alagoinhas, Acajutiba, Aporá, Araçás, Aramari, Cardeal da Silva, Catu, Conde, Crisópolis, Entre Rios, Esplanada, Inhambupe, Itanagra, Itapicuru, Jandaira, Mata de São João, Olindina, Ouriçangas, Pedrão, Pojuca e Rio Real.
Considerando a complexidade da tarefa, há uma discrepância entre o que se exige da gestora e as condições de trabalho que lhe são oferecidas. E isso não foi Marlene quem nos disse. Sendo a educação um dos principais temas de interesse do nosso veículo, há muito a direção do NTE18 atrai a nossa atenção.
Uma ocupante do cargo em outro período mais distante, nos disse que Rui Costa, quando governador, pretendeu acabar com os NTEs. Demovido da ideia, desidratou o órgão de tal forma que dificultou enormemente o desempenho de quem aceita a tarefa. Hoje, servidores, independente da função que exerçam — com exceção dos ocupantes de cargos ou efetivos — recebem um salário-mínimo. Outra grave questão: REDAS e Terceirados da educação são indicações políticas, feitas SEM A OBSERVÂNCIA DE NENHUM CRITÉRIO, o que se transforma em uma espiral de problemas, começando na escola, passando para os NTEs e chegando à Secretaria de Educação.
“Ora, tendo em vista o projeto do governador Jerônimo, que considera a educação um vetor de desenvolvimento e de garantia do futuro dos jovens baianos, assim como a tão questionada — isoladamente, é bom que se diga — segurança pública, isso se contrapõe visivelmente. Aplaudo a construção de colégios tamanho G, como respondi pessoalmente ao governador, quando me perguntou se nossos jovens não merecem a melhor escola. Mas a melhor escola não é apenas um prédio bonito. Depende de bons professores comprometidos com a tarefa de alcançar a grandeza do projeto do governo; depende de servidores eficientes e motivados; depende de diretores conscientes da importância da tarefa que é cuidar da educação pública, analisa Nadia.
“É dentro desse espírito que dou as boas-vindas a Marlene, na expectativa que sua visão e competência possam revolucionar — porque é disso que precisamos — a educação no território”, conclui a editora do SCR.
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