O avanço da gripe aviária no Brasil acendeu um alerta nacional. De acordo com reportagem publicada pelo na CNN Brasil, amostras coletadas de pelo menos 12 aves em quatro estados estão sendo analisadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), referência no diagnóstico da doença. A investigação intensificou-se após a confirmação de focos no Rio Grande do Sul e reforço das blitze sanitárias em diferentes regiões do país.
O Rio Grande do Sul, epicentro atual da enfermidade, já registrou surtos em granjas comerciais e zoológicos, com a morte de milhares de aves, como frangos, cisnes e patos. Outros estados, como Ceará, Tocantins e Santa Catarina, também reportaram suspeitas recentes e aguardam os resultados das análises laboratoriais para confirmar ou descartar a presença do vírus da Influenza Aviária.
Ceará
No município de Salitre, a 600 km de Fortaleza, uma galinha comum e um capote (galinha-d’angola) apresentaram sintomas compatíveis com a gripe aviária. Os animais eram mantidos em uma propriedade rural e foram submetidos a testes. O caso reforça a preocupação com pequenos criadores em áreas mais isoladas, onde o monitoramento costuma ser mais difícil.
Tocantins
Em Aguiarnópolis, o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), vinculado à Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), identificou sete frangos doentes durante uma inspeção de rotina em um lote de 40 mil aves. As amostras foram enviadas para análise, mas o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou no último domingo (18) que o laudo preliminar descartou os vírus H5N1 e H7N9, altamente patogênicos, e identificou apenas influenza A de baixa patogenicidade.
Com isso, o Tocantins foi retirado da lista de estados sob suspeita de gripe aviária. Segundo o governo local, “o material analisado detectou apenas a presença de influenza A de baixa patogenicidade, o que exclui o Tocantins de qualquer suspeita relacionada à gripe aviária”.
Santa Catarina
Na cidade de Ipumirim, no Oeste catarinense, galinhas foram encontradas mortas em circunstâncias que levantaram a suspeita da doença. O número de aves não foi informado, mas o governo estadual afirmou que "o envio das amostras ao laboratório referenciado pelo Ministério da Agricultura segue o padrão adotado pelo Estado, que investiga toda notificação com perda superior a 10% do plantel, independentemente da doença".
Rio Grande do Sul
O estado gaúcho concentra os casos mais graves e já confirmou surtos da doença em uma granja comercial de frangos em Montenegro, além de animais silvestres — como cisnes e patos — em um zoológico de Sapucaia do Sul. Em Triunfo, um pato com suspeita foi testado e teve resultado negativo. Agora, uma nova amostra foi enviada para análise após a morte de uma galinha em Estância Velha.
Segundo a Secretaria da Agricultura do RS, o envio da amostra é parte da rotina de vigilância sanitária do estado. Desde 2022, o Rio Grande do Sul já encaminhou material genético de 147 aves para exames laboratoriais.
Reação coordenada
Diante do cenário, o Ministério da Agricultura aposta em uma reação rápida para conter a disseminação do vírus e preservar a regionalização das exportações avícolas, que são vitais para a balança comercial brasileira. O objetivo é manter a confiança internacional na sanidade da produção nacional, evitando bloqueios ou embargos comerciais.
A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa entre aves e que pode, em casos raros, ser transmitida a humanos. As ações de monitoramento e controle seguem protocolos internacionais e são fundamentais para proteger a avicultura nacional, setor responsável por bilhões em exportações anuais.
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