O São João de Alagoinhas 2025 marca uma virada ousada — e muito bem-vinda — na forma como a cidade projeta sua cultura. A escolha do Estádio Carneirão como palco principal da festa revela que a gestão municipal entendeu a dimensão que o evento pode (e deve) alcançar. Sai o improviso, entra a estrutura. É uma decisão que eleva o patamar da festa e cria condições reais para atrair um público maior, com mais conforto, segurança e visibilidade.
Mais do que grandes nomes — como Adelmário Coelho e Vitor Fernandes, já confirmados — o que chama atenção é o respeito à essência do São João. A aposta em atrações como Flávio José, Dorgival Dantas, Targino Gondim e até Calcinha Preta (spoiler já circulando nos bastidores) mostra que Alagoinhas entendeu o que tantas outras cidades esqueceram: que forró não se mistura com qualquer modismo, e que tradição não se improvisa.
Alagoinhas, que já tem vocação cultural vibrante, parece enfim ter encontrado o tom certo. A criação de espaços temáticos como a Vila de Santo Antônio e a Arena Zé Ribeiro aponta para uma festa mais rica e multifacetada, onde a cultura popular ganha palco, cor e sabor. Mas para esse projeto se consolidar como referência regional, é preciso mais do que atrações de peso: é preciso continuidade, investimento nos artistas locais e, sobretudo, planejamento de longo prazo.
Se a cidade quer mesmo se tornar a “Capital do forró do Agreste Baiano”, como vem sendo anunciado, o momento é agora. O São João de 2025 não pode ser apenas grandioso — tem que ser memorável.
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