Nasser, professor de Direito Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirmou que a reunião é precoce e que os países não irão se posicionar tão cedo sobre o imbróglio
“A ação do Hamas e o resultado dela pegou muita gente desprevenida. Então, ninguém vai querer condenar imediatamente, no máximo vão chamar os dois lados para que se contenham e cuidem dos civis. O golpe para os EUA e Israel foi muito duro, eles querem uma condenação imediata do Hamas, mas ninguém vai dar isso para eles, muito menos os países árabes, China e Rússia, porque a situação é muito explosiva, ninguém quer se arriscar”, explicou Salem Nasser.
O Acordo de Abraão, costurado pelos EUA para aproximar Israel dos países árabes, estão em risco, segundo Reginaldo Nasser. O especialista lembra que haviam conversas entre os israelenses, estadunidenses e a Arábia Saudita, que podem ser prejudicadas pela nova fase da crise no Oriente Médio.
“Arábia Saudita e Catar emitiram notas duras contra Israel, esses países são o centro do poder no Golfo Pérsico. Não haverá guerra com os vizinhos, mas esse acordo de normalização, o Acordo de Abraão, com a Arábia Saudita é fundamental para EUA e Israel.”
Ambos acreditam que Israel deve intensificar os ataques nos próximos dias para testar a resiliência do Hamas. “Eu tenho certeza que o Hamas só fez um ataque dessa dimensão porque sabia que poderia resistir e responder”, afirma Salem Nasser, que vê consequências da crise para a guerra entre ucranianos e russos.
“Isso trará grandes consequências para a guerra na Ucrânia e isso será muito bom para a Rússia, mas muito ruim para os ucranianos. Para os americanos será muito constrangedor, porque eles terão que abandonar ainda mais a Ucrânia e se voltar para Israel”, encerra.
Edição: José Eduardo Bernardes
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