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O esposo da grávida falecida ofereceu ajuda financeira em uma campanha de arrecadação para o melhor amigo, em troca do assassinato da esposa

O esposo da grávida falecida ofereceu ajuda financeira em uma campanha de arrecadação para o melhor amigo, em troca do assassinato da esposa

04/04/2023 às 10h18 Atualizada em 04/04/2023 às 13h18
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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A Polícia Civil concluiu nesta segunda-feira o inquérito que indicia o professor Diogo Viola de Nadai, de 37 anos, preso no dia 10 de março suspeito de ser mandante da morte de sua companheira, a engenheira Letycia Peixoto Fonseca, de 31anos. Os dois tinham um relacionamento extraconjugal desde 2015. Segundo a delegada Natália Patrão, da 34ª DP (Campos Dos Goytacazes), a motivação para o crime foi a gravidez de Letycia, já que Diogo era casado e temia o fim da relação e o constrangimento da família caso a infidelidade fosse descoberta. As investigações concluíram também que o professor teria combinado o assassinato da engenheira com o melhor amigo, João Gomes, que é pai de três crianças especiais, em troca da participação financeira em uma "vaquinha" online que custearia o tratamento delas.

Quatro pessoas foram indiciadas pelo assassinato. Diogo, Dayson dos Santos Nascimento, que efetuou os disparos, e Gabriel Machado Leite, que conduziu a moto no dia do crime. Ambos vão responder por homicídio triplamente qualificado, "por motivo torpe, sem chance de defesa, mediante paga e feminicídio com aumento de pena pelo fato da vítima estar gestante".

 

João Gabriel, que é amigo de infância do professor e a pessoa com quem ele teria articulado o crime inicialmente, também responde pela participação no assassinato de Letycia, mas em prisão domiciliar, já que tem três filhos menores de idade. A arma e a moto utilizadas não foram localizadas.

As investigações apontaram que Diogo teria planejado matar a amante na semana do carnaval por não aceitar a gravidez. Ele arquitetou o plano de execução com a ajuda de amigos. Para a polícia, a existência das duas relações amorosas foi crucial para o crime. A delegada pontua ainda que o professor tinha depressão e estava insatisfeito com os dois relacionamentos e "as responsabilidades da vida dupla". A perícia no celular identificou que, na semana do crime, Diogo teria feito pesquisas como "tristeza que não tem fim" e "vontade de se matar".

Diogo Viola de Nadai e Letycia Peixoto Fonseca; a gestante foi morta a tiros na última quinta-feira, em Campos — Foto: Reprodução

Diogo Viola de Nadai e Letycia Peixoto Fonseca; a gestante foi morta a tiros na última quinta-feira, em Campos — Foto: Reprodução

— Ele tem vários dias de pensamento e reflexão. A gente identificou isso nas buscas que ele fez no celular. Diogo sabia que iria perder a liberdade com a chegada do filho. Os amigos e pessoas próximas ao professor relatam que ele era um cara muito conservador e de família religiosa. A notícia da gravidez de Letycia fez ele perceber que poderia perder o casamento com a Érika, sua primeira esposa. Ele também temia envergonhar a família. Não temos dúvida da motivação do crime — afirmou a delegada.

'Vaquinha' em troca do assassinato

 

O comportamento "frio e calculista" de Diogo Viola chamou a atenção dos policiais e investigadores. Durante a entrevista nesta segunda-feira, a delegada Natália Padrão detalhou que a falta de empatia do professor com a gravidade do que havia ocorrido com a engenheira Letycia Peixoto e o seu filho Hugo foram fundamentais na identificação dos envolvidos.

Segundo a polícia, João Gabriel, um dos articuladores do crime, relatou em depoimento que Diogo — com quem ele tem uma relação de amizade desde a infância— o teria procurado na semana do carnaval para pedir ajuda. Naquela época, ele tinha aberto a "vaquinha" online para tentar arrecadar o dinheiro que seria usado no tratamento dos três filhos portadores de necessidades especiais.

O amigo relatou à polícia que a primeira troca de mensagens entre eles foi aleatória. Pouco mais de uma semana depois, Diogo teria sugerido ajudar financeiramente na "vaquinha" desde que João Gabriel "se comprometesse em matar uma mulher."

— O Gabriel narra que o Diogo procurou ele no carnaval. Eles chegam a combinar tudo. Diogo mandou uma foto do crachá de Letycia com um retrato 3x4. No dia do crime, Diogo ligou para ela às 10h59 para saber onde a engenheira estava. Em seguida, ele avisou Gabriel por WhatsApp, que ligou para o Dayson às 11h52 — detalhou a delegada, que prosseguiu: — Diogo foi conduzido para a delegacia porque os policiais que atenderam a ocorrência estranharam a postura dele no hospital. A esposa e o filho estavam na UTI e ele não apresentava nenhuma reação de tristeza ou desespero. Estava calmo e tranquilo. Na delegacia, o celular dele foi apreendido. Identificamos que ele trocou mensagens em tom de brincadeira, como se não estivesse preocupado com o que tinha ocorrido com a companheira.

Dívidas e pagamento de recompensa

 

Diogo Viola era costumado a apostar em jogos de pôquer. Segundo a polícia, Érika, sua primeira esposa, teria emprestado R$ 30 mil para ajudá-lo a quitar dívidas de jogos. No entanto, a quantia pode ter sido direcionada para financiar os cúmplices na execução de Letycia, sem que ela soubesse. De acordo com a delegada, Erika e Letycia foram enganadas pelo professor, já que a perícia nos celulares evidencia que, pela troca de conversas, elas não se conheciam.

Ambas mantinham um relacionamento simultâneo com o professor desde 2015. Em depoimento, João Gabriel afirmou que Dayson, que efetuou os disparos, recebeu R$ 5 mil de recompensa pela sua participação no assassinato. O filho do casal nasceu com oito meses e não resistiu. Segundo a polícia, o professor se recusou a fazer exame DNA, mas afirmou ser pai da criança. Mesmo assim, não o registrou.

Se condenados e somadas as penas, os envolvidos podem cumprir de 33 a 105 anos de prisão.

Fonte: O Globo

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