Embora a própria organização já tenha acusado o país de infringir a igualdade de gênero, o Irã assumirá o posto em 2022 para um mandato de quatro anos, eleito pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU) como membro da Comissão sobre o Status da Mulher – principal órgão intergovernamental global dedicado exclusivamente à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres.
A escolha vai na contramão do relatório, divulgado em agosto de 2020, onde o Secretário-geral das Nações Unidas afirma que o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos recebeu denúncias de "persistente discriminação contra mulheres, meninas e minorias" no Irã. Segundo o relatório, o país mantém “contínua discriminação com base no gênero na lei e na prática, incluindo no que diz respeito a questões familiares, liberdade de movimento, emprego, cultura e esportes, bem como acesso a funções políticas e judiciais”.
Em nota enviada à CNN, a ONU esclareceu que a Comissão sobre o Status da Mulher é um órgão constituído pelos Estados-Membros criada em 1946. "A Comissão tem 45 membros eleitos para um mandato de quatro anos. É um princípio fundamental das Nações Unidas que, em todos os órgãos com menos membros do que os 193 Estados Membros da ONU, os membros sejam distribuídos de forma equitativa entre as regiões geográficas, e os Estados Membros determinam essa distribuição de assentos. Todos os Estados-Membros das Nações Unidas podem participar na sessão anual da Comissão, incluindo nas negociações das conclusões acordadas", afirma a nota.
"A ONU Mulheres trabalha com todos os Estados Membros da ONU para promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. A Comissão sobre o Status da Mulher é o principal órgão intergovernamental da comunidade global para os direitos das mulheres e qualquer país que ocupe uma das 45 cadeiras da Comissão é uma indicação de que o país está disposto a trabalhar ativamente no contexto deste importante órgão e agenda.”
Fonte: Carolina Figueiredo, da CNN, em São Paulo
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