
Comunidade rural se une para recuperar nascente de importante rio da Bahia
Moradores da Prata, na cidade baiana de Entre Rios, vêm resgatando um antigo sonho perdido com o desmatamento ilegal: o de ter a abundância de água que marcou a origem da comunidade, em 1930. “Os primeiros moradores cultivavam arroz devido à riqueza hídrica”, diz Maria José Almeida de Jesus, 45 anos, bióloga e presidente da associação de moradores local. Para alcançar novamente esta riqueza, eles realizam a recuperação da nascente de um dos afluentes do Rio Subaúma em parceria com a Bracell.
O trabalho de regeneração e sensibilização, que envolve de crianças a idosos da Prata, teve início em 2014 e já resultou no plantio de mais de 1.500 mudas nas matas ciliares, além da capacitação e apoio dado pela Bracell à comunidade. “A gente vem lutando, com a ajuda da empresa, para resgatar nossa nascente e, com o tempo, essa riqueza hídrica”, afirma Maria, que resolveu fazer o curso de biologia para compreender melhor e ajudar ainda mais a comunidade na preservação ambiental.
“A recuperação da cabeceira – que já é percebida pelos moradores, principalmente em período de seca –, é extremamente importante, porque garante mais uma fonte para as 82 famílias da comunidade, que atualmente precisam do poço artesiano para ter água em suas casas”, informa a bióloga.
Ela acrescenta ainda que o poço é dividido com uma comunidade vizinha e que, em período de escassez hídrica, os moradores recorrem aos pontos de água resultantes do trabalho da recuperação da nascente, como o existente próximo à sua casa. “Esta água é um bom exemplo do cuidado com este manancial”, pontua ela, que celebra o Dia Mundial da Água com a visão de que a comunidade terá dias melhores com a regeneração do afluente do rio Subaúma, que tem quase 100 quilômetros de extensão e divide os municípios de Alagoinhas e Aramari.
O projeto atua na regeneração de mananciais das bacias dos rios Subaúma, Catu e Sauípe, localizados na região do Litoral Norte e Agreste baiano. Como resultado deste trabalho, já foram iniciadas a recuperação, entre 2017 e 2019, de cerca de 12 nascentes e matas ciliares, com o envolvimento de mais de 1.600 pessoas.
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