O Consórcio Nordeste intensificou o diálogo com o governo federal para tentar blindar os setores produtivos da região contra os efeitos do chamado “tarifaço” prometido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entrará em vigor na próxima sexta-feira (1), informa o jornal O Globo.
A agenda dos governadores nordestinos está centrada em Brasília, onde participarão, na próxima terça-feira (5), da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável — o Conselhão — ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro discutirá, entre outros temas, as implicações das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, com foco especial nos estados do Nordeste. Em seguida, será realizada uma Assembleia Geral do Consórcio Nordeste.
Já na quarta-feira (6), os líderes estaduais devem se reunir no Palácio do Planalto com o presidente Lula, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), para discutir estratégias de enfrentamento ao impacto tarifário.
O Consórcio Nordeste, presidido pelo governador do Piauí, Rafael Fonteles, vem mantendo interlocução direta com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e com o Ministério do Desenvolvimento. Como parte dessa mobilização, apresentou um levantamento técnico detalhado, com estimativas de prejuízos econômicos, produtos e empresas afetadas e recortes por estado e por setor.
O principal objetivo do grupo é garantir apoio federal para atenuar os danos econômicos da medida americana, ao mesmo tempo em que busca fortalecer a presença internacional de produtos nordestinos. Entre as propostas estão a diversificação de mercados-alvo, a ampliação da rede de exportações e o mapeamento de novas rotas comerciais capazes de absorver as perdas causadas pelo aumento das tarifas dos EUA.