A PF enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (16), um pedido para que a Corte designe o ministro Flávio Dino como relator do inquérito relacionado à Operação Overclean. Atualmente, a relatoria está sob responsabilidade de Kássio Nunes Marques.
O pedido foi feito porque a PF suspeita do envolvimento de pessoas com foro privilegiado — o STF é a instância competente para julgar, por exemplo, deputados federais e senadores. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, não acatou o pedido e manteve o processo com o ministro Kássio Nunes Marques, aquele ministro que participou do carnaval de Salvador a convite de Elmar Nascimento.
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Elmar Nascimento - Entre os políticos citados na investigação da Operação Overclean, conforme reportado pelo jornal O Globo, está o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), um dos membros do Conselho Fiscal do partido.
A PF encontrou, no cofre do empresário José Marcos Moura, apelidado de “Rei do Lixo”, uma escritura de compra e venda de imóvel em nome de uma empresa ligada ao parlamentar. Além disso, o vereador de Campo Formoso (BA) Francisquinho Nascimento (União), primo de Elmar, foi um dos alvos da primeira fase da operação, realizada em dezembro.
Luciano Bivar, ex-presidente do União Brasil, afirmou que as investigações relacionadas aos contratos com Marcos Moura, também conhecido como "Rei do Lixo", deverão revelar um grande esquema de corrupção de proporções que nunca foram vistas no Brasil, segundo o colunista Joaquim Carvalho, do portal Brasil 247.
Segundo o colunista, Bivar teria afirmado que Marcos Moura é parte do esquema de corrupção que envolve Ronaldo Caiado, governador do estado de Goiás; o senador Davi Alcolumbre e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.
O colunista aponta que os três seriam os pilares políticos do “Rei do Lixo”, integrante do Diretório Nacional do União Brasil. No relatório da Polícia Federal, o Amapá, Estado de Davi Alcolumbre, é citado dez vezes, no contexto de contratos de recolhimento de lixo superfaturados.
"Essa milícia do Rio de Janeiro é trombadinha perto do que políticos da cúpula do partido fazem. Acho que não houve um esquema de corrupção tão grande quanto este do União Brasil" disse Bivar ao Brasil 247.
Também segundo o ex-presidente do UB, o esquema de corrupção viabilizado com o chamado orçamento secreto dificultava o rastreamento dos recursos enviados para as, e que eram usados para pagar os contratos firmados com Marcos Moura.
O chamado “Rei do Lixo” foi preso no dia 10 de dezembro e solto na última quinta-feira (19). Na coluna do Carvalho, o Farol da Bahia revelou que a desembargadora Daniele Maranhão Costa - que libertou Marcos Moura - recebeu a medalha de cidadã soteropolitana no ano de 2019 das mãos do vereador Kiki Bispo, líder do União Brasil, partido do prefeito Bruno Reis na Câmara Municipal.