Milhares de pessoas – estimadas em cerca 150.000 - lotaram as ruas de Barcelona neste sábado para exigir a redução imediata dos preços dos aluguéis e o direito a uma moradia digna para todos. O ato contou com a adesão de mais de 4.000 organizações e 60 coletivos de todo o país, formando uma manifestação que começou por volta das 17h e continuou a atrair mais participantes ao longo da noite.

O movimento foi coordenado pelo Sindicato de Inquilinos, que apresentou quatro demandas urgentes e claras para enfrentar a crise habitacional na capital da Catalunha

1. Redução dos aluguéis em 50%, argumentando que os preços dobraram na última década, sobrecarregando financeiramente as famílias trabalhadoras;
2. Contratos de aluguel por tempo indeterminado, visando eliminar a insegurança e o risco de despejo ao final de cada contrato;
3. Recuperação de imóveis para fins residenciais, propondo que imóveis vazios ou utilizados para aluguel de temporada retornem ao mercado habitacional;
4. Proibição da especulação imobiliária e taxação da multipropriedade, para desestimular a concentração de imóveis nas mãos de poucos.

O ato reuniu manifestantes de várias regiões metropolitanas e bairros de Barcelona, todos impulsionados pela mesma indignação: a ineficácia da administração pública em enfrentar o poder das grandes imobiliárias, fundos de investimento, aluguéis de temporada e outros agentes que impulsionam o aumento dos preços.

Dados divulgados pelo sindicato revelam que o preço médio do aluguel na cidade catalã já ultrapassa 1.178 euros, valor muito superior ao salário mínimo nacional. Desde 2014, o custo médio do aluguel subiu cerca de 45%, agravando ainda mais a desigualdade e dificultando o acesso à moradia para as famílias.

Com cartazes que diziam frases como “Não à especulação imobiliária” e gritos de protesto contra a gentrificação e os aluguéis abusivos, a manifestação chamou atenção para uma questão que afeta milhões de pessoas, inclusive em nosso país. Os organizadores prometem continuar a luta até que medidas concretas sejam tomadas para garantir o direito constitucional à moradia digna.

Ao lado da manifestação principal, outras bandeiras foram levantadas, sobretudo em favor da Palestina e contra os ataques de Israel.