A Secretaria de Mobilidade Urbana de Salvador (Semob) estuda fazer mudanças na operação dos ônibus após a expansão do BRT. Com 4 linhas em funcionamento atualmente, o novo sistema pode passar a ter 18, o que deve gerar extinções e alterações de itinerários dos coletivos convencionais que atendem à cidade.
Segundo o iBahia o diretor de planejamento de transportes da pasta, Diogo Pires, detalhou que as ações fazem parte de um planejamento, cujo objetivo é reduzir o tempo de viagem do passageiro e dar "maior eficiência" ao sistema. Com isso, conforme as linhas vão sendo inauguradas, o impacto é avaliado.
"Claro, tem pessoas que talvez prefiram fazer um caminho mais longo, presas no congestionamento, mas grande parte das pessoas acaba migrando para outras linhas. Então, é um processo que vai acontecendo e a gente vai monitorando. A gente faz esse planejamento, a gente não executa às cegas", pontua.
Atualmente, o BRT tem 51 ônibus, passará a ter 100, mas pode chegar a ter 280, quando todas as linhas planejadas estiverem em operação. As próximas linhas previstas para inauguração são a B5 e a B6, que terão o itinerário Lapa-Rodoviária e Lapa-Aeroporto, respectivamente.
No entanto, no fim da execução de todo o projeto, ainda devem entrar em operação as linhas Águas Claras-Piatã, Pirajá-Avenida Pinto de Aguiar e Baixa do Fiscal-Armação.
"A gente tem vários movimentos à frente para serem executados e isso depende do alinhamento da entrega das obras, do processo de fabricação dos ônibus... a gente estima que em um prazo de 2 ou 3 meses esses [primeiros] ônibus já estejam aqui na cidade".
Os coletivos são fabricados no Brasil e variam desde os convencionais, com 13 metros de comprimento, aos articulados, que podem chegar a 30 metros, dependendo do fabricante.
Inaugurado em 2022, o BRT transporta hoje 1,4 milhão de passageiros por mês, segundo Diogo Pires. Porém, com o início da operação das linhas B5 e B6, o esperado é que esse movimento chegue a 3 milhões de pessoas transportadas por mês pelos coletivos do sistema.
"Quando o BRT começou a operação, a gente viu naturalmente as pessoas migrando para usar o BRT, porque um exemplo que eu te dou é que, da região do Iguatemi até a Pituba, antes se gastava cerca de 45 minutos, e, agora, com o BRT, o passageiro gasta de 16 a 18 minutos", disse.
"Tem estações que superaram as expectativas e a gente já está trabalhando em: 'olha, a gente vai ter no futuro novas linhas, então, vamos estudar como vai ser a expansão dessas estações'. Como a própria Estação Rodoviária", completa.
Para o diretor de planejamento de transportes, apesar de diminuir o lucro, a integração é um dos pontos que tem atraído os passageiros. "Quanto maior o número de integrações no sistema, a gente pega aquela tarifa e vai fatiando ela. Essa é uma parte desafiadora do sistema, mas a gente acredita que isso também atrai. Um sistema integrado atrai o passageiro".
A B4, mais recente linha do BRT inaugurada, deve encerrar a fase de operação assistida nesta semana. Com isso, conforme divulgou a Semob, o horário de atendimento aos passageiros será estendido, passando das 6h às 20h para das 5h às 23h10, a partir do próximo sábado (13).
A linha integra o trecho 2 do BRT, entregue em abril deste ano e conclui a extensão inicial da operação entre a estação Rodoviária e a estação da Lapa. O modal possui ao todo 13 km de vias exclusivas e 14 estações, além do trecho compartilhado na região do Caminho das Árvores e Pituba, atendendo 18 bairros.