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'A cada ataque de Israel e criança morta, mais forte fica o Hamas', diz Celso Amorim
Assessor especial do presidente Lula também afirmou à TV 247 que a solução mais provável no momento é o Plano Árabe de Paz. Assista
23/12/2023 09h35
Por: Redação Fonte: Brasil247

O assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou em entrevista à TV 247 que a "matança" promovida por Israel na Faixa de Gaza é pior do que as mortes na Segunda Guerra Mundial. Além disso, a morte em massa de palestinos é contraproducente, gerando risco de mais ataques a Israel. 

"É uma matança sem limites, de crianças, como nunca houve. Mesmo na Segunda Guerra Mundial, nunca houve uma matança nesse nível em ataques terrestres. Há dois pesos e duas medidas dos órgãos internacionais, o Tribunal Penal Internacional... Mesmo que não sejam chamados de genocídio, são crimes contra a humanidade, não apenas praticados, são também explicitados pelo governo Netanyahu e seus ministros. Quando se diz que a solução para os palestinos é emigrar, isso é genocídio ou limpeza étnica", disse Amorim na entrevista. 

Ele também classificou o ataque de 7 de outubro do Hamas como um "ato terrorista", e alertou que as tensões entre israelenses e palestinos não serão resolvidas eliminando o Hamas. Segundo ele, a cada ataque de Israel, mais força ganha o Hamas. 

"Nós condenamos o ato terrorista do Hamas, sem classificar necessariamente o Hamas como uma organização terrorista, porque isso é uma questão complexa em função das próprias decisões da ONU.  Agora, o erro é achar que você vai matar as pessoas do Hamas e vai acabar o problema. Cada criança que morre em Gaza, surgem cinco membros do Hamas, que antes apoiavam a Autoridade Palestina"

Amorim também afirmou que a solução mais provável para o conflito no momento é o Plano Árabe de Paz, que define a criação de dois Estados, com respeito efetivo ao Estado palestino. Caso não seja concretizado um plano de paz, há riscos de o conflito escalar e passar a envolver mais diretamente outros países, afirmou.

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