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"Temos um matador na liderança da polícia de São Paulo", diz Joaquim de Carvalho
"Temos um matador na liderança da polícia de São Paulo", diz Joaquim de Carvalho
05/08/2023 13h02 Atualizada há 2 anos
Por: Redação
O jornalista Joaquim de Carvalho (Foto: Editora 247)

"O que a PM está fazendo sob a liderança do secretário de Segurança Pública é terror de Estado, e contra pobres. É uma chacina de vingança", disse o jornalista à TV 247

O jornalista Joaquim de Carvalho criticou duramente a operação policial que matou mais de uma dezena de pessoas no Guarujá e afirmou que o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, implantou o “terror de Estado, e contra pobres” por meio da Polícia Militar. “O que a Rota está fazendo, o que a Polícia Militar está fazendo sob a liderança do secretário de Segurança Pública é terror de Estado, e contra pobres. É uma chacina de vingança. Estado não pode fazer esse tipo de vingança, porque vai para uma guerra. E vingança contra quem? Contra uma comunidade pobre”, disse Joaquim durante participação no programa Bom Dia 247.

"Esse coronel Derrite é um matador. Não sou eu que falo. É ele. E virou o secretário de Segurança Pública. O que estamos assistindo é barbárie, é uma chacina e faz parte de uma cultura de que polícia não é mais polícia, mas que polícia tem bandidos de farda ou protege outros, que no caso poderiam ser milicianos. Essa é uma cultura miliciana, de você executar e tacar o terror, se impor pelo terror. E isso vai ser muito ruim para São Paulo, se isso prosperar. O Tarcísio (governador Tarcísio de Freitas), algumas pessoas têm a ilusão de que ele é diferente do Bolsonaro, porque ele é um 'técnico' - é o que dizem. Nessa área, sensível, de segurança pública, ele colocou o que há de pior na própria segurança pública, que é o matador, o Guilherme Derrite", observou Joaquim de Carvalho.

“Derrite foi capitão da Rota, é deputado federal e se elegeu com esse discurso de violência policial. Ele é o que na polícia se conhece como ‘matador’. Ele tem várias mortes no currículo e foi afastado, inclusive, da Rota pelo Alckmin (ex-governador e atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin) depois de um episódio em que seis pessoas foram assassinadas. E se você olhar as manifestações dele, as entrevistas dele, ele defende esse tipo de ação policial”, disse o jornalista.

“E o que ocorreu agora no Guarujá? E é por isso que é necessário realmente que as comissões acompanhem. Claro que quem matou o PM da Rota tem que ser punido. É inadmissível. Só que o que a Rota está fazendo, o que a Polícia Militar está fazendo sob a liderança do secretário de Segurança Pública é terror de Estado, e contra pobres. É uma chacina de vingança. Estado não pode fazer esse tipo de vingança, porque vai para uma guerra. E vingança contra quem? Contra uma comunidade pobre. E se você olhar os relatos de como as pessoas estão sendo assassinadas, você vê indícios de execução. Estão procurando as pessoas para matar essas pessoas. São pessoas que têm passagem [pela polícia] ou que não tenham e que estão sendo mortas. E depois o governador, que é um escândalo, vem a público dizer que a polícia o orgulha, que a ação da polícia foi correta. Não foi. O que nós estamos vendo não é uma ação de Polícia Militar, é uma ação de grupo de extermínio, e que está, em tese, sendo motivada por uma vingança”, afirmou.

A “Operação Escudo” foi deflagrada após um policial  militar da Rota ter sido assassinado em serviço durante uma patrulha no Guarujá, na Baixada Santista. As ações de repressão resultaram em ao menos dez mortos em comunidades da região. Além das mortes, a Ouvidoria das Polícias de São Paulo recebeu dezenas de denúncias de tortura e violações dos direitos humanos de moradores. Entidades e instituições ligadas aos direitos humanos cobraram investigações independentes sobre a chacina.

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Fonte: Brasil247