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Simpi: Selic de Campos Neto leva 46% das micros e pequenas indústrias a terem crédito recusado
Simpi: Selic de Campos Neto leva 46% das micros e pequenas indústrias a terem crédito recusado
21/07/2023 08h45 Atualizada há 1 ano
Por: Redação
Foto: Reprodução

Presidente do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo aponta que alta da Selic prejudica o acesso ao crédito para pequenos negócios

A manutenção da taxa Selic em 13,75% está provocando sérias dificuldades para as micros e pequenas indústrias do país, resultando em um aumento significativo do número de créditos recusados. De acordo com dados da 7ª rodada da pesquisa Simpi/Datafolha, que mede a atividade e as expectativas do setor, entre os bimestres de fevereiro e março e abril e maio, o número de consultas para obter empréstimos e financiamentos cresceu de 11% para 17%. Entretanto, cerca de 46% dessas empresas tiveram seus pedidos de crédito rejeitados, aponta reportagem do Valor Econômico.

Para Joseph Couri, presidente do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo (Simpi), diversos fatores têm contribuído para essa restrição no acesso ao crédito. Um dos principais pontos mencionados é a onda de pedidos de recuperação judicial de grandes empresas, especialmente a Americanas, que desencadeou problemas em toda a cadeia produtiva. Além disso, a inadimplência crescente, tanto entre consumidores quanto entre empresas, também impacta negativamente no cenário.

Porém, Couri ressalta que a causa raiz desse problema é o rápido aumento da Selic, que passou de 2% para 13,75% em um curto espaço de tempo. Segundo o presidente do Simpi, essa elevação da taxa de juros está prejudicando gravemente a capacidade das micros e pequenas indústrias de manterem suas operações plenamente.

"O mote principal deste cenário difícil é indiscutivelmente a taxa de juros. Porque quando se toma o empréstimo do dinheiro, não é nem 13,75%. Isso é só o valor referencial da Selic. Na prática, qualquer financiamento está começando em 20%, 30%. Se cair num cartão de crédito é mais de 400%", comenta Couri.

Os dados da pesquisa feita pelo Datafolha corroboram com a queixa do presidente do Simpi. Conforme o levantamento, 39% dos entrevistados apontam o patamar da taxa de juros como o principal obstáculo para conseguir empréstimos, uma vez que, nas condições atuais, a maioria das empresas já não conseguiria arcar com os custos do financiamento. A segunda maior reclamação é a falta de linhas de crédito adequadas ao porte das micros e pequenas indústrias.

Fonte: Brasil247