Um dos três mortos a tiros de fuzil, nesta quarta-feira, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Mario Barbosa Marques Junior, o Juninho Van Damme, que chegou a ser preso por suspeita de chefiar uma milícia nos Bairros de Miguel Couto e Geneciano, em 2020, era sargento reformado do Exército brasileiro. Ele conseguiu uma medida cautelar e deixou a penitenciária no dia 6 de fevereiro de 2023. A decisão judicial substituiu a prisão preventiva de Juninho por comparecimento mensal do suspeito ao juízo da 1ª Vara Criminal do município.
De acordo com a decisão, ele teria até o quinto dia útil de cada mês para comparecer ao juízo e informar ou justificar suas atuais atividades, bem como revelar alguma mudança eventual de endereço, caso esta ocorresse. A informação consta em um processo que Juninho Van Damme respondia por crimes como organização criminosa, tortura e porte ilegal de arma de uso restrito, que tramita na 1ª Vara Criminal de Nova Iguaçu. Mario Barbosa também respondia a um processo de homicídio. Já em dois pedidos feitos em plantões judiciários, quando ainda estava preso, datados de 2020, a defesa de Van Damme informou ao juiz que o detido era militar da reserva. Na ocasião, foi solicitada a transferência de Juninho da Penitenciária Bandeira Stampa, onde estava recolhido, para um presídio do Exército. Os pedidos, no entanto, foram indeferidos pelos dois juízes que analisaram as duas solicitações.
Mario Barbosa Marques Junior — Foto: Reprodução cartaz
Mário Barbosa Havia sido preso pela última vez, no dia 15 de fevereiro de 2020. Na ocasião, ele dirigia um Hyndai branco, o mesmo que foi metralhado por criminosos, nesta quarta-feira, quando o veículo foi parado em uma blitz do Batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar, na Via lagos, na altura de Rio Bonito. Na época, haviam nove mandados de prisão expedidos pela Justiça em nome de Juninho. Ele não resistiu a abordagem e acabou atrás das grades.
Mario Barbosa era irmão do policial militar Wagner Rodrigues Marques, que também morreu. Eles foram executados com tiros de fuzil, nesta quarta-feira, no Bairro Santa Eugênia, em Nova Iguaçu. Na ocasião, uma mulher que acompanhava a dupla também foi assassinada. Ela não teve a identificação confirmada pela polícia.
Van Damme, o PM e a mulher estavam em um Hyundai, por volta das 9h, quando o veículo foi fechado por um carro não identificado na Rua General Rondon. Homens armados de fuzis desceram do automóvel e começaram a fazer disparos. Mário Barbosa e o PM ainda conseguiram sair do veículo, mas acabaram sendo baleados e mortos ao lado do carro. Já a mulher morreu no banco de trás do automóvel.
Mais de 20 cápsulas de fuzil foram recolhidas pela polícia. Só numa árvore, que está plantada às margens da estrada onde o crime ocorreu, foram encontradas marcas de pelo menos cinco disparos. Os tiros atingiram ainda um salão de festas e duas casas.
— O barulho foi grande. Pensei até que fosse alguma coisa caindo em uma obra aqui perto. Aqui em casa os tiros acertaram a janela e a parede de um quarto. Ainda bem que ninguém da família se feriu — disse uma dona de casa, de 65 anos, que pediu para não ser identificada.
A Polícia Civil investiga a possibilidade de que Juninho Van Damme seria o alvo principal dos criminosos. Os bandidos fugiram logo após os disparos. Além de ser suspeito de chefiar uma milícia, Mário Barbosa também já respondeu por crimes de homicídio, extorsão, furto e posse ilegal de arma de calibre restrito.
Fonte: O Globo