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Em greve há oito dias, trabalhadores da Ebserh protestam em Salvador
Em greve há oito dias, trabalhadores da Ebserh protestam em Salvador
29/09/2022 07h45 Atualizada há 2 anos
Por: Redação
Foto: Reprodução

Profissionais de hospitais universitários reivindicam reajuste salarial

Trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que atuam no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) e na Maternidade Climério de Oliveira, protestaram nesta quarta-feira, 28, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador.

A manifestação marcou o oitavo dia de mobilização da categoria, que decretou greve no último dia 21. Na Bahia, a Ebserh, que é vinculada ao Ministério da Educação, atua nas duas unidades hospitalares da Ufba. A empresa presta serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e terapêutico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais universitários de todo o país.

Com a greve, o atendimento de médicos, enfermeiros e outros profissionais foi afetado, restringindo a admissão de novos pacientes. Serviços essenciais, como atendimentos de urgência e emergência, estão garantidos, em conformidade com a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado da Bahia (Sintsef-BA), o movimento é nacional e reivindica a negociação em relação aos acordos coletivos de trabalho, como o reajuste salarial e a manutenção do percentual de insalubridade sobre o salário base.

Uma das reivindicações da categoria é o reajuste salarial|  Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE

 

Para o diretor de políticas públicas do Sintsef-BA, Alessandro Cerqueira, a mobilização é importante para reabrir as negociações que estão sendo pautadas pelos profissionais.

“São 22 estados em greve. O número de hospitais e trabalhadores aderindo ao movimento aumenta a cada dia devido à importância deste momento. Estamos completando quatro anos sem aumento salarial e ainda querem retirar direitos que foram adquiridos há anos. Queremos conseguir o reajuste e manter nossos direitos já conquistados”, destacou o dirigente, que também atua na Maternidade Climério de Oliveira e representa a Bahia na mesa de negociação.

Em relação aos direitos que estão em risco, Cerqueira destacou que o percentual de insalubridade também é uma luta da categoria. “Recebemos a insalubridade sobre o salário base e a empresa quer mudar o cálculo para que o percentual seja sobre o salário mínimo. Isso vai aumentar ainda mais a nossa defasagem salarial. Já deixamos claro em assembleias que a nossa insalubridade é inegociável”, ressaltou.

Negociação

A Ebserh afirmou em nota que o processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com as entidades sindicais teve mais de 20 rodadas e ofertas de aumentos feitas pela empresa, mas sem êxito nas tentativas.

“Com o início das manifestações, fica ainda mais clara a vontade dos empregados, semelhante à da Ebserh, em uma resolução rápida. Nesse momento de impasse, o melhor formato para uma resolução célere é o julgamento no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Ebserh já havia solicitado ao TST, no dia 10 de agosto, requerendo o julgamento imediato do dissídio coletivo, visando a resolução do fato. Com a concordância recente das entidades sindicais para o TST com a apreciação das cláusulas econômicas, a Ebserh peticionou, nesta quarta, solicitando julgamento imediato do dissídio”, disse a empresa.

Apesar das tentativas de negociação com a categoria alegadas pela Ebserh, os profissionais denunciaram a intransigência da gestão. De acordo com o técnico de enfermagem do Hupes, Leonardo Oliveira, a discussão sobre a insalubridade é um "impasse que vem perdurando há anos".

"Mantemos o movimento de greve até termos uma resposta na reunião de conciliação. A empresa insiste em querer tirar o nosso direito da insalubridade sobre o salário base e não vamos abrir mão disso. A gente já recebe um salário que está abaixo da inflação, isso vai ser uma perda imensa. É nosso direito e não temos como negociar".

Reunião

Uma reunião de mediação convocada pelo Tribunal Superior do Trabalho vai acontecer nesta quinta-feira, 29, às 10h. Ainda segundo o diretor do Sintsef-BA, a expectativa é que haja um acordo com a empresa que seja favorável às necessidades dos trabalhadores.

“Os profissionais esperam que a empresa entenda que a categoria não está para brincadeira e apresente uma proposta de reajuste que seja digna, considerável e não venha com essa perseguição na nossa insalubridade”, pontuou.

Antes da reunião, a categoria vai se reunir na Maternidade Climério de Oliveira, a partir das 8h. No horário da reunião, às 10h, os profissionais também vão realizar outra manifestação na Reitoria da Ufba.

Fonte: A Tarde